O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, lamentou hoje que o Governo tenha deixado o aumento do salário mínimo nacional fora da reunião de Concertação Social “sem explicações”, reivindicando que a matéria seja debatida ainda este mês.

“O Governo não atendeu às nossas preocupações. Tinha prometido abordar esta matéria na primeira reunião de Concertação Social. Não a elencou, sem explicações”, afirmou Carlos Silva, à chegada ao Ministério da Economia para uma reunião com Pires de Lima, com a fusão da Refer com a Estradas de Portugal na agenda.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da UGT defendeu que “no princípio da boa-fé, o Governo não pode ignorar a posição dos parceiros sociais, nomeadamente no agendamento de pontos considerados cruciais”.

“Em relação ao salário mínimo nacional, o assunto não deveria ter sido desconsiderado. Aguardemos que o Governo reaja com boa-fé e com disponibilidade para agendar esta matéria ainda este mês”, acrescentou.

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Governo e parceiros sociais voltam hoje à Concertação Social, após o período de férias, para discutir o anteprojeto de reforma do IRS e a racionalização das medidas ativas de emprego.

O aumento do salário mínimo nacional não faz parte da ordem de trabalhos da reunião, mas as duas centrais sindicais pretendem colocar o assunto à discussão para reafirmar as suas reivindicações.

Na sexta-feira, depois de ter recebido a convocatória para a reunião e a respetiva ordem de trabalhos, a CGTP-IN solicitou ao ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social que o salário mínimo fosse discutido na reunião de Concertação Social.

A Inter justificou a “urgência em atualizar de imediato o salário mínimo nacional, visto ser uma medida que atinge centenas de milhar de trabalhadores/as que, trabalhando, empobrecem todos os dias”.

A CGTP tem reivindicado o aumento do salário mínimo nacional para os 515 euros com efeitos a 1 de junho e a UGT reivindica um salário mínimo de 500 euros retroativo a 1 de julho.

A CGTP-IN irá apresentar na reunião de concertação uma proposta de evolução progressiva do salário mínimo nacional até ao início de 2016, de modo a fixar esta remuneração nos 540 euros em janeiro de 2015 e nos 600 euros, um ano depois.

Atualmente o salário mínimo é de 485 euros.