Diego Costa já foi um jogador de classe baixa em Portugal. Na altura era visto apenas como mais um brasileiro: tinha 17 anos, jogava no Penafiel na época 2006/2007 e era treinado por Rui Bento. Veio do Barcelona Esportivo, clube da cidade de Ibiúna, no estado de São Paulo. Ainda no futebol português, seguiu-se o Braga onde também não vingou.

A sorte de Diego começa a mudar quando o Atlético de Madrid o descobre em Braga. Ainda assim, não vingou na primeira equipa: Seguiram-se uma série de empréstimos a Celta de Vigo, Albacete, Valladolid e Rayo Vallecano. No verão de 2011 esteve para ingressar no Besiktas da Turquia, mas a transferência foi cancelada devido aos problemas físicos que afligiam o avançado na altura. Em nenhuma destas passagens foi incisivo o suficiente para marcar mais de 10 golos por época. Pouco consistente, Diego Costa voltou a Madrid onde tinha, então, por missão ir mantendo o gás do mortífero Falcao, substituindo “El Tigre” quando era preciso.

Quando Falcao seguiu para o Mónaco, Simeone ficou com espaço livre na frente de ataque colchonera para Diego Costa. Foi aí que o instinto matador e a faceta de predador mais se fizeram notar: 27 golos na primeira época do Atlético pós-Falcao. São raros os sorrisos de Diego Costa dentro do campo, excluindo quando marca golo, o avançado é irredutível na busca pela bola e, depois, pelo golo. Essa atitude deu-lhe a fama de indisciplinado e a prova de que não é só fama são os 49 cartões amarelos vistos entre 2008 e 2013 e a acusação de provocação racista a Kondogbia durante um Sevilha – Atlético.

A passagem por Espanha deixou marcas em Diego Costa e a mais profunda terá sido a nacionalidade. Diego Costa pede a cidadania espanhola, mas ao mesmo tempo é chamado por Scolari para a seleção brasileira — Diego escolhe Espanha, é banido do “escrete” e torna-se “persona non grata” na sua terra natal. Assim chegamos a 2014. Mourinho não se deixa ultrapassar e faz questão de contar com o avançado, provocando a saída de Fernando Torres, Eto’o e Ba. Aposta arriscada, diriam muitos, já que em 10 anos, o avançado apenas se destacou no último. Mourinho chamou-lhe “especial”, tal como tinha feito consigo próprio ao chegar a Inglaterra. Prenúncio de algo?

Em apenas 4 jogos ao serviço dos londrinos, Diego Costa já é o melhor marcador da liga e o mais eficaz estreante da história da Premier League, com 7 golos. Este domingo pode consolidar-se nesta lista durante o sempre escaldante Manchester City – Chelsea. Alan Shearer, ponta de lança marcante do Newcastle e da seleção inglesa já fez saber a sua opinião sobre Diego Costa: “Ele é um verdadeiro ponta de lança. Quando o Chelsea estiver em apuros, eles têm um avançado que os pode tirar dessa situação”.

Diego Costa e Mourinho voltam a Portugal no dia 30 de setembro para jogar contra o Sporting na Liga dos Campeões.

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