Depois do discurso enquanto embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos das Mulheres, realizado no sábado, 20 de setembro, Emma Watson foi ameaçada com a divulgação online de fotos em que supostamente aparece nua. Tudo porque, na sua intervenção, defendeu que os direitos devem ser iguais para ambos os sexos e apelou a uma maior sensibilidade por parte dos homens.

A Hermione Granger da saga Harry Potter torna-se, assim, o mais recente alvo dos hackers que publicaram online fotografias de diversas celebridades nuas, entre as quais Jennifer Lawrence e Kate Upton. “Ela fez um discurso feminista estúpido nas Nações Unidas e agora fotos dela nua vão estar online“, escreveu um dos utilizadores do fórum 4chan, de acordo com o El Mundo. Não se sabe se foi o mesmo utilizador que, momentos após o discurso da atriz, criou o site chamado “Emma és a próxima”. Ao aceder ao site pode ver-se uma imagem da atriz britânica a limpar as lágrimas, enquanto um relógio em contagem decrescente mostra quanto tempo falta até as fotos serem divulgadas.

O FBI e a Apple já estão a conduzir investigações para que possam ser descobertos os culpados. A porta-voz do FBI, Laura Emiller, confirmou: “estamos a tratar do problema”. Na altura em que as fotos de Jennifer Lawrence se tornaram públicas, Emma Watson saiu em sua defesa no Twitter. “Pior do que ver a privacidade das mulheres exposta nas redes sociais, é ler os comentários que mostram uma falta de empatia tal”.

No seu discurso, que inaugurou a campanha mundial intitulada HeforShe, Emma Watson disse que o feminismo não é sinónimo de ódio aos homens e que a definição de feminismo é “a crença de que homens e mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais”.

“Já vi homens a sofrerem de doenças mentais e são incapazes de pedir ajuda com medo de que isso soe menos másculo. O que é certo é que no Reino Unido o suicídio é a principal causa de mortes entre os homens entre os 20 e os 49 anos, muito acima dos acidentes de carro, cancro e doenças cardíacas”, disse. “Quero que os homens participem [na campanha] para que as suas filhas, irmãs e mães possam ser livres de preconceitos e para que os seus filhos tenham permissão para serem vulneráveis e humanos — que parem de abandonar algumas partes de si e sejam a versão completa e verdadeira do que podem ser”, completou.

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