A pintora Graça Morais regressa a Guimarães, onde realizou a primeira exposição individual, para comemorar 40 anos de carreira com uma mostra de obras que marcaram o percurso artístico, a decorrer entre 25 de outubro e 31 de janeiro.

Trata-se, como divulgaram hoje os promotores, da primeira exposição fora de portas organizada pelo Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM) de Bragança, em parceria com a Sociedade Martins Sarmento de Guimarães.

“Ritos e Mitos – Quarenta anos depois – 1974/2014” é o tema da exposição comissariada por Jorge da Costa, o diretor do CACGM, que reuniu uma seleção de obras como Marias, Metamorfoses, Procissão ou Desenhos de Abril, como adiantou o próprio à Lusa.

A mostra ficará patente na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, e “cada obra é uma metáfora, não só do encontro com o Trás-os-Montes de Graça Morais, mas da interpretação e da inquietante reflexão que, a partir deste território antigo em iminente desagregação, a artista faz do mundo”, como descreve o comissário.

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Rostos e gestos, tramas narrativas de sacralidade e morte, cenas de trabalho e rituais são alguns dos motivos dos trabalhos da artista transmontana que “não abdica do real como referência” e que nos seus quadros ” é feito de terra e de mistérios ancestrais” com ” profunda ligação à memória e aos afetos”.

“Em permanente reinvenção e revisitação de temas e abordagens, a obra de Graça Morais tem vindo a desenvolver-se, ao longo destes quarenta anos, a partir de uma linguagem muito própria, assente em múltiplas derivações e em sucessivas deambulações criativas, que se sobrepõem, combinam ou interrompem e fazem dela uma obra à parte, inconfundível, no contexto da arte contemporânea portuguesa”, resume Jorge da Costa.

A arte de Graça Morais não está, como explica, “no registo do pitoresco ou na captação sob ponto de vista etnográfico para memória futura, está antes na exploração de um imaginário e no modo como explana, com grande sinceridade pictórica, o que observa e lhe subtrai a redutora referência naturalista”.

A escala cronológica da exposição que agora se apresenta na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, “é ampla, reunindo, no domínio do desenho, atividade dorsal do processo criativo da pintora, uma seleção de trabalhos emblemáticos, permitindo, de algum modo, o reencontro com uma grande variação de temas e estilísticas já tratados por Graça Morais”.