O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário demissionário, João Grancho, disse hoje à agência Lusa que cessa funções por decisão “estritamente do foro pessoal, determinada por imperativos de consciência e de sentido de serviço público”.

“Apresentei hoje o meu pedido de demissão ao senhor ministro da Educação e Ciência, que o transmitiu ao senhor primeiro-ministro. A minha decisão é estritamente do foro pessoal, determinada por imperativos de consciência e de sentido de serviço público e não por quaisquer questões relacionadas com o meu desempenho no cargo”, disse João Grancho, numa curta declaração à Lusa, sem direito a perguntas.

O secretário de Estado de saída da equipa do ministro Nuno Crato disse que cessa funções “com a certeza de ter as cumprido cabalmente” e de “tudo ter feito para melhorar a Educação”. “Entendi também que esta decisão era a que melhor preservava o Governo na difícil tarefa que ainda tem pela frente e que terá que concluir para bem de Portugal. Agradeço ao senhor ministro e ao senhor primeiro-ministro toda a confiança em mim depositada ao longo deste período de intenso e exigente trabalho”, concluiu.

O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, demitiu-se esta sexta-feira, por “motivos de ordem pessoal”, avança o Ministério da Educação e Ciência em comunicado. A demissão chega, apurou o Observador, na sequência da notícia do jornal Público desta sexta-feira, que dá conta que João Grancho plagiou dois textos académicos numa comunicação que apresentou num seminário espanhol quando era presidente da Associação Nacional de Professores, em 2007.

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No comunicado enviado esta tarde às redações, o Ministério da Educação não menciona esta polémica, falando apenas “em motivos de ordem pessoal” e acrescentando que o ministro Nuno Crato “agradeceu o trabalho empenhado e leal do dr. João Grancho e transmitiu ao Senhor primeiro-ministro esse pedido, solicitando que transmitisse ao senhor Presidente da República o pedido de exoneração do sr. secretário de Estado”.

Na notícia do Público desta sexta-feira, o ainda secretário de Estado recusava a acusação de plágio. “Pretender associar um mero documento de trabalho, não académico nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido”, reagiu.

João Grancho, professor do Ensino Básico, do Ensino Especial e da Telescola, tomou posse como secretário de Estado a 26 de outubro de 2012, substituindo na altura Isabel Leite, que, de acordo com o Ministério da Educação, também saiu por motivos pessoais. Antes de chegar à secretaria de Estado, Grancho assumiu funções de Diretor Regional de Educação do Norte e produziu e publicou comunicações e pareceres sobre a organização curricular, autorregulação da profissão docente, gestão e administração das escolas e convivência escolar.