O novo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Luís Duque, pretende dar prioridade à resolução do “grave cenário” financeiro do organismo e apelou à união, no momento em que substituiu Mário Figueiredo no cargo.

No seu discurso de posse, o antigo dirigente do Sporting informou que, com intervenção direta do Conselho Fiscal, com quem ainda hoje iria reunir, irá “procurar conhecer a real situação financeira da Liga”, a qual dará a conhecer no próximo Conselho de Presidentes, o qual convocará “para as próximas semanas”.

A direção de Luís Duque foi eleita com uma maioria expressiva dos votos da Assembleia-Geral eleitoral (46 em 54 possíveis) e, apesar de ser lista única, surgiu apoiada pelos emblemas mais representativos, com o Benfica e o FC Porto à cabeça, mas com o Sporting autoexcluído.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, esteve presente na tomada de posse de Luís Duque, que contou ainda com a presença dos presidentes dos principais clubes que o apoiaram, com destaque para Luís Filipe Vieira (Benfica), António Salvador (Sporting de Braga), Júlio Mendes (Vitória de Guimarães) e Tiago Ribeiro (Estoril-Praia), enquanto o FC Porto se fez representar por Antero Henrique, administrador executivo da SAD portista.

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“Não é preciso ser perito em finanças ou adivinho para antecipar um cenário grave, bem longe do ideal”, disse Duque, que renunciou ao salário que está fixado para o cargo, justificando: “Vim numa missão e não em busca de emprego”.

Anunciou, como tarefas a curto prazo, a verificação das contas de 2012/13 (reprovadas), o orçamento 2013/14 (executado, não aprovado e desconhecido pelos clubes) e o orçamento de 2014/15, que, com mais de um terço executado, “não foi apresentado para apreciação”.

“Pessoalmente, preferia estar a comprar o spray para os árbitros [a usar na marcação de livres] do que sentar-me com eles para estabelecer planos de pagamentos”, afirmou, referindo-se aos atrasos tornados públicos pelas associações representativas de vários agentes do futebol.

Reforçando a ideia de que se pretende “uma Liga liderada pelos clubes”, Duque pretende criar grupos de trabalho para “áreas prioritárias”, como modelo de financiamento e sustentabilidade, regulamentação, fiscalidade, exploração dos direitos comerciais e televisivos, relações com o Estado, associações de classe e federação.

Neste último caso, e dirigindo-se pessoalmente a Fernando Gomes, dirigente federativo com quem o anterior presidente na Liga manteve uma relação pouco harmoniosa, Luís Duque defendeu maior parceria: “Uma Liga mais forte resultará numa Federação mais forte e as incontáveis oportunidades de sinergias entre as duas organizações precisam de ser ativadas”.

O novo líder da LPFP apontou, também, o seu discurso aos governantes, afirmando que a competência do futebol “não pode ser premiada com taxas e impostos”.

“O futebol não quer favores. (…) Mas, para que milhares de crianças e jovens o pratiquem, o topo da pirâmide precisa de respirar, de crescer, e não de definhar com mais e mais carga fiscal”.