Sara Moreira manifestou-se esta terça-feira surpreendida com o seu terceiro lugar na maratona de Nova Iorque, que lhe valeu uma receção especial na chegada ao Porto, mas, apesar da estreia auspiciosa, ainda não se vê como maratonista.

A corredora natural de Roriz, freguesia de Santo Tirso, foi recebida por meia centena de familiares e amigos, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, garantindo que ainda está digerir o feito obtido no domingo.

“Ainda nem percebi muito bem aquilo que fiz. A sensação é indiscritível, ainda estou assimilar tudo aquilo que aconteceu domingo”, disse Sara Moreira, que se estreou com um tempo de 2:26.00 horas e foi apenas batida por duas quenianas: Mary Keytani e Jemima Sumgong.

“Surpreendi-me a mim própria, e superei todas as expetativas. Em termos de tempo, até só fiz menos um minuto do que que contava, mas o terceiro lugar foi algo que nunca pensei”, completou.

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Também surpreendida ficou a atleta com a receção que teve na chegada a Portugal: “Não contava com tanta gente, tão cedo e num dia de trabalho. Estou muito orgulhosa e satisfeita com a família que tenho e com os amigos”.

Voltando ao feito de domingo, Sara Moreira relembrou a estratégia usada na prova americana.

“Senti-me muito bem desde início e nos abastecimentos tentava começar tudo do zero mentalmente. A parte que me custou mais foi a final, quando fiquei sozinha em terceiro, em que só pensava que não podia quebrar para poder segurar a bandeira”, descreveu, ainda emocionada.

A atleta considerou que “ter pernas e ser forte psicologicamente foi fundamental para conseguir o terceiro lugar frente a algumas das melhores atletas dos mundo e bem mais experientes”.

Sobre o que o futuro lhe reserva no atletismo e o rumo que vai tomar na carreira, Sara Moreira confessou que será ainda alvo de reflexão.

“Só por esta prova me ter corrido bem ainda não consigo decidir se serei uma maratonista ou não. Isso ficará para o futuro, até porque tenho de correr outra para perceber as sensações”, sublinhou.

Quem não tem dúvidas de que Sara poderá conquistar mais êxitos nesta variante do atletismo é Pedro Ribeiro, treinador e marido da atleta.

“Foi a estreia dela na maratona, ainda por cima numa tão conceituada como a de Nova Iorque. Foi um resultado fabuloso. Está agora a começar nas maratonas, mas terá ainda muitos anos pela frente”, analisou.

O treinador falou “em dias de muito trabalho que culminaram com um grande resultado”, mas enumerou uma dificuldade ainda maior, a distância do filho de ambos, o pequeno Guilherme, que esteve no aeroporto na receção aos pais.

“Quase uma semana sem ele, para mais quando fez o primeiro aniversário, custou-nos muito”, partilhou Pedro Ribeiro.