Na assembleia magna, que terminou às 05h30, os estudantes reprovaram a participação da Associação Académica de Coimbra (AAC) na manifestação nacional contra os cortes no Ensino Superior, depois de já terem rejeitado uma moção a 25 de setembro que também propunha uma mobilização de estudantes para uma manifestação nacional.

A votação na assembleia magna, que contou com mais de 200 participantes, levou a duas recontagens dos votos à proposta relativa à manifestação, devido à reduzida diferença entre votos a favor e contra.

A direção-geral da AAC votou contra a participação na manifestação por estar neste momento a encetar “esforços junto da secretaria de Estado e dos grupos parlamentares”, no que toca à revisão do regulamento de atribuição de bolsas, financiamento do ensino superior, entre outros assuntos, disse à agência Lusa o presidente da AAC, Bruno Matias.

“Não recusamos uma participação numa manifestação nacional, mas com uma semana para divulgar, uma convergência nacional que não existe e uma linha” de diálogo assumida “não faria sentido”, sublinhou.

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Caso os esforços desenvolvidos nas próximas duas semanas não deem frutos, a AAC poderá “avançar com iniciativas a nível nacional”, referiu, considerando que, de momento, “não seria coerente”, devido à linha orientadora que a direção-geral está a seguir.

Apesar disso, a direção-geral comprometeu-se a ceder os seus três autocarros para os estudantes que queiram ir à manifestação, depois do pedido feito por uma estudante já no final da assembleia magna.

Após a reprovação da participação, um dos estudantes presentes afirmou que é “lamentável a inércia e o egoísmo” dos que votaram contra. A estudante que tinha apresentado a moção, Laura Tarrafa, realçou “a coragem” dos que votaram a favor, mostrando “que há interesse e que há motivação”.

Apesar da rejeição na participação na manifestação nacional, os estudantes votaram a favor da realização de uma manifestação a 25 de novembro, às 18h00, que parte do Largo D. Dinis e que irá terminar na Câmara de Coimbra.

Na assembleia, foi ainda aprovada uma moção apresentada pela direção-geral da AAC que visa criar uma proposta conjunta do movimento estudantil nacional para evitar que estudantes endividados sejam impedidos de frequentar as aulas.

A direção-geral viu ainda aprovada uma proposta de recolha de assinaturas, com o apoio da Câmara e da Universidade, para que se leve a cabo a criação de um regime de exceção na Lei do Arrendamento, de forma a proteger as repúblicas de estudantes de Coimbra. Esta proposta, apesar de aprovada por larga maioria, teve a abstenção de repúblicos presentes, tendo uma estudante frisado que “seria importante ouvir as repúblicas” sobre iniciativas relativas a esta matéria.

A assembleia magna, que começou por volta das 21h00 de terça-feira, terminou já perto das 05h30 de hoje.