A Câmara de Aveiro reconheceu hoje que a inundação das caves de um prédio embargado no centro da cidade, onde já apareceu um cadáver a boiar, é um problema para os moradores da zona, mas de complexa resolução.

“A Câmara está a desenvolver várias diligências para resolver o problema, que tem múltiplas complexidades técnicas e legais”, respondeu à lusa o gabinete do presidente da autarquia, confrontado com as queixas dos moradores.

Os vizinhos de um prédio em construção no cruzamento entre a Avenida Lourenço Peixinho e a Rua Oudinot, embargado há sete anos pela Câmara de Aveiro, queixam-se de que as suas habitações estão a ficar insalubres, devido à acumulação de águas nas caves.

O prédio em construção, de seis andares, ficou com a obra parada, alegadamente por o construtor ter feito mais dois andares do que o permitido, seguindo o litígio para as vias judiciais. Com o passar dos anos, os pisos subterrâneos ficaram alagados, bem como as placas da estrutura de betão e sempre que chove “as infiltrações de água tornam impossível a habitabilidade dos prédios ao lado”, descreve um dos moradores nas imediações, Gonçalo Molinar.

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“A situação é insuportável. Há moradores que tiveram de procurar outra casa para viver. A eletricidade tem de ser cortada quando a água escorre pelos tetos e paredes, para evitar o risco de curto-circuito, o que torna infernal o dia-a-dia”, relata.

A Câmara Municipal foi chamada a intervir e realizou inspeções, mas segundo Gonçalo Molinar “nada aconteceu”, nem mesmo depois de aparecer a boiar um cadáver na cave do prédio, em junho de 2013.

Os bombeiros e a PSP, quando são chamados ao local por causa da inundação de apartamentos contíguos, quando a chuva é intensa, “limitam-se a tomar conta das ocorrências e nada podem fazer”, lamenta Gonçalo Molinar.