A candidata da Lista A (Resiste Agora), Laura Tarrafa, pretende que a direção-geral seja “a vanguarda da luta estudantil”, com ações “consequentes” para garantir mais financiamento e “a abolição completa da propina”. “O constante levantamento de problemas é um atestado de estupidez aos estudantes”, criticou, afirmando que será necessário aproximar a AAC aos estudantes, através de “campanhas mensais de esclarecimento nas faculdades” e outras iniciativas, abordando temas como “as propinas, o processo de Bolonha ou a ação social”. Apesar de considerar que “tem de haver negociações” com membros do Governo, “a manifestação”, que “dá outro poder negocial”, tem sido “descartada” pelas últimas direções.

Já Luís Silva, candidato da Lista P (Académica Primeiro), vai dar “primazia” à negociação quanto a questões como o financiamento e ação social, apesar de referir que está “disposto” a convocar uma manifestação nacional, em concertação com as restantes associações. “Os estudantes não sentem a luta estudantil”, afirmou, sublinhando a necessidade de “ações de luta com objetivos específicos”, avisando porém que “um número excessivo de manifestações leva à descredibilização” da associação. Num plano interno, Luís Silva quer “mais transparência, um orçamento participativo, uma feira do emprego realizada nos três polos da universidade” e reduzir “ainda mais a dívida” da AAC.

A candidata da lista R (Reset à AAC), Alexandra Correia, que já tinha concorrido às eleições de 2013, criticou a AAC “dos últimos anos”, que “é certeira na análise dos problemas, mas que depois não condiz com o discurso”. Para esta estudante de sociologia, a direção-geral deveria ter “uma postura mais forte”, salientando que para fazer com que os estudantes acreditem no movimento associativo “são necessárias ações de luta”, apesar não poder “ser exclusivamente isso”. Alexandra Correia quer ainda apresentar um orçamento participativo na AAC, lutar contra o novo regulamento pedagógico, desenvolver um plano em torno da discriminação e ações contra a precariedade laboral.

O presidente da AAC, Bruno Matias, decidiu recandidatar-se ao cargo pela lista T (Tu És Académica) com o objetivo de se bater por “uma nova fórmula de financiamento, orçamentos plurianuais para as universidades e uma paralisação do valor da propina”, entre outras propostas. O candidato da lista T propõe ainda criar “um conselho consultivo académico, um centro de estudos da AAC” e um “produto comercial com o símbolo da Académica” para “ajudar estudantes mas não só”. Este estudante de direito irá “privilegiar o diálogo”, frisando porém que estará “disponível para protestos e para cortes de relações desde que isso seja coerente”, querendo que a AAC tenha “uma postura credível”.

Caso nenhuma das listas candidatas à direção-geral da AAC obtenha a maioria absoluta (o conselho fiscal, com oito listas candidatas, é eleito pelo método de Hondt), está prevista uma segunda volta, entre as duas listas mais votadas, nos dias 01 e 02 de dezembro

 

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