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Três cientistas premiadas na pele de jornalistas, para nos contar o que fazem

Este artigo tem mais de 5 anos

Três investigadoras portuguesas foram distinguidas pela L’Oreal Portugal, que pretende promover o papel das mulheres na ciência. O Observador desafiou-as a fazerem perguntas umas às outras.

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No âmbito do programa Para as Mulheres na Ciência, a L’Oreal Portugal distinguiu três investigadoras portuguesas que trabalham em áreas de saúde e ambiente – cancro, doenças vasculares cerebrais e descontaminação da água. A décima edição do prémio em Portugal concedeu a cada cientista uma Medalha de Honra e 20 mil euros para aplicar na investigação que realizam.

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O programa destina-se a apoiar investigadoras com menos de 35 anos que já tenham o doutoramento completo de forma a apoiar o seu trabalho. Em Portugal são já 34 as investigadoras distinguidas com este prémio, que resulta de uma parceria da L’Oréal Portugal, Comissão Nacional da UNESCO e Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

A Fundação L’Oreal e a UNESCO mantêm um programa internacional com objetivos equivalentes há 16 anos – identificar e apoiar mulheres cientistas que realizem investigação tanto em ciências da vida como ciências físicas.

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Sendo de áreas tão distintas, as investigadoras terão poucas oportunidades de se encontrarem, por isso o Observador desafiou-as a colocarem questões umas às outras. Clique nos pontos de interrogação e fique a conhecer as perguntas e respetivas respostas.

Os três projetos

Começamos com Raquel Ferreira, investigadora no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da Universidade da Beira Interior, quer usar uma forma oxidada da vitamina A, o ácido retinóico, para regular a função dos vasos sanguíneos e promover a formação de novos neurónios depois de um acidente vascular cerebral (AVC). Quando os vasos sanguíneos cerebrais ficam obstruídos, o cérebro ou uma parte dele deixa de receber oxigénio e as células podem morrer, afetando a capacidade motora e cognitiva do doente. Ao fornecer este composto ao doente sob a forma de nanopartículas, a investigadora espera que tratamento se torne mais eficaz e seguro.

@ Andreia Reisinho Costa

@ Andreia Reisinho Costa

Entramos no segundo projeto premiado, que se dedicou aos fármacos — que estão no grupo dos poluentes que as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) ainda não conseguem resolver. Por isso Vânia Calisto, investigadora no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro, espera usar resíduos provenientes da indústria da pasta e do papel como adsorventes – materiais capazes de ‘agarrar’ os poluentes das águas. Desta forma resolve dois problemas ambientais: elimina químicos dos efluentes líquidos e reaproveita e valoriza resíduos da indústria.

@ Andreia Reisinho Costa

@ Andreia Reisinho Costa

Vamos ao terceiro projeto? Este fala-nos das células tumorais, que podem multiplicar-se de uma forma descontrolada. Para além de aumentarem rapidamente de número, podem originar células diferentes das que lhes deram origem, mas ainda é uma incógnita como é que células distintas se mantêm agregadas numa mesma massa tumoral. Perceber que papel têm os exossomas – vesículas que transportam informação genética entre células – na comunicação das células tumorais, na evolução do tumor e na resistência deste, é o objetivo do trabalho de Sónia Melo, investigadora no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP) da Universidade do Porto. Se os exossomas se mostrarem uma boa forma de monitorizar o tumor, podem também ajudar a determinar qual a melhor terapia em cada momento.

@ Andreia Reisinho Costa

@ Andreia Reisinho Costa

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