A decisão surge poucos dias depois de o parlamento tailandês, nomeado no ano passado pela junta militar no poder, ter votado a favor do afastamento da política, por cinco anos, de Yingluck Shinawatra, e do anúncio de que antiga-primeira ministra, cujo governo deposto era apoiado pelos ‘camisas vermelhas’ antes do golpe militar de maio, vai ser acusada de corrupção.
O presidente dos ‘camisas vermelhas’, Jatuporn Prompan, foi condenado a dois anos de prisão, sem pena suspensa, por dois crimes de difamação do antigo primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva durante discursos que proferiu em outubro de 2009.
Wiyat Chatmontree, advogado de Jatuporn Prompan, o qual enfrentou, nos últimos anos, uma série de processos judiciais, confirmou o veredicto e indicou que o seu cliente vai pedir para ser libertado sob fiança. O tribunal decide ainda hoje se aceita o pagamento de fiança de 200 mil baht (5.300 euros).
Os ‘camisas vermelhos’ é a designação pela qual são conhecidos os membros da Frente Unida contra a Ditadura e para a Democracia.
Em 2010, os protestos dos “camisas vermelhas” para derrubar o Governo tomaram o centro de Banguecoque duraram mais de dois meses, resultando em 92 mortos (entre os quais um jornalista italiano) e em aproximadamente 1.800 feridos.
A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe de estado de 2006 contra o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que vive exilado no Dubai para evitar uma condenação à revelia de dois anos de prisão por corrupção.
Thaksin ou aliados ganharam todas as eleições na Tailândia nos últimos 13 anos, incluindo a vitória eleitoral em 2011 da irmã, Yingluck, destituída em maio pelo Tribunal Constitucional.
Ao todo, a Tailândia registou 12 golpes militares desde o fim da monarquia absoluta em 1932.