Uma relação extramatrimonial intensa, um casamento que atingiu o pico e caiu, e o fim de um amor arrebatador, contados nas cartas dos atores britânicos Laurence Olivier e Vivien Leigh, agora reveladas pelos curadores do museu londrino Victoria & Albert. O desejo era explícito nas cartas que se iniciaram no final dos anos 1930. Mesmo depois de a relação ter arrefecido e se terem separado, Laurence continuava a mostrar carinho por Vivien.
Laurence Olivier e Vivien Leigh foram amantes no filme “Fire over England” que estreou em 1937, uma paixão que transportaram para a vida real apesar de estarem ambos casados. Em muitas das mais de 200 cartas que Laurence Olivier enviou a Vivien Leigh expressava o desejo que tinha por ela, embora relembrando muitas vezes que seria um escândalo se fossem vistos em público.
“Acordei absolutamente louco de desejo por ti, meu amor… Oh meu Deus como te queria. Talvez te estivesses acariciando”, escreveu numa carta sem data, que poderia ser de 1938 ou 1939, citou o Telegraph. “Estou sentado nu com as minhas partes cobertas apenas com as tuas cuecas. O meu desejo por ti é tão intenso”, escreveu mais tarde. “Amo-te e venero-te realmente. Estás nos meus pensamentos e a pesar no meu coração o tempo todo. Só existo para te ver outra vez e só consigo pensar em fazer isso”, escreveu numa outra carta citada pelo Daily Mail.
Nas cartas entre os dois atores Vivien Leigh mostrava-se receosa que o filme “E tudo o vento levou”, que estreou em 1939, pudesse revelar-se um fiasco, enquanto o amante lhe aconselhava a fazer o melhor trabalho possível para a culpa não ser dela. Alertou que a carreira dela dependia desse sucesso.
O amor entre os dois e as cartas mantiveram-se intensos mesmo depois de casarem em 1940, como mostra uma carta de 1945: “Não é possível expressar os meus sentimentos e pensamentos sobre ti, minha querida.” Mas o comportamento errático, as depressões e os amantes de Vivien arrefeceram a relação levando ao fim do casamento em 1960.
Mesmo depois do divórcio e já estando casado com Joan Plowright, Laurence Olivier voltou a escrever à sua antiga amada pedindo-lhe desculpa pela forma como esta tinha tido conhecimento do novo casamento e desejando-lhe uma vida feliz com o novo romance, Jack Merivale. Apesar de Laurence tentar mostrar que a relação deles tinha mesmo acabado e que não se deviam ver, Vivien Leigh vivia para receber mais uma carta. “Meu querido Larry, nunca poderás saber o quanto as tuas cartas significam para mim hoje em dia. Quão encantador é que tenhas tirado tempo para as escrever”, escreveu em 1963.
Na última carta que Vivien Leigh recebeu de Laurence Olivier em 1967, cerca de cinco semanas antes de morrer, ele terminava carinhosamente: “Com amor sincero, minha querida, do teu Larry”.