O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, disse hoje à agência Lusa que a criação de um consórcio das universidades do Centro pode levar, no futuro, à fusão de centros de investigação das três instituições.
A concretização de um consórcio entre as universidades de Coimbra, Aveiro e Beira Interior (Covilhã) pode ficar já fechada neste semestre, sendo uma forma de potenciar a internacionalização das universidades, a captação de fundos e a cooperação científica, sublinhou João Gabriel Silva, que foi eleito na segunda-feira para um segundo mandato como reitor da Universidade de Coimbra.
A fusão de centros de investigação poderá resultar “não como um efeito imediato, mas como uma consequência do contacto e da colaboração entre as três instituições”, afirmou, frisando que primeiro “é preciso as instituições conhecerem-se melhor” e aprofundarem o trabalho de cooperação entre diferentes centros de investigação, seja na participação de projetos, seja na “partilha de equipamento científico mais especializado”.
A fusão de centros de investigação tem ocorrido dentro de cada uma das instituições e o consórcio apenas “ajudará a intensificar essa tendência”, aclarou.
Já na componente de educação, o reitor considera ser “mais difícil” haver uma junção da oferta educativa.
A “proximidade geográfica é o primeiro fator dos alunos para a escolha do curso” e as três universidades “estão demasiado afastadas para se ter uma expectativa sólida de uma fusão da oferta educativa”.
No entanto, há a possibilidade de haver “mestrados e doutoramentos”, lançados em conjunto pelo consórcio de universidades, permitindo “juntar as melhores pessoas de cada uma das instituições”, para tornar essas formações especializadas “mais competitivas”, referiu.
Este consórcio das universidades do Centro vai ser “uma ajuda muito importante” no trajeto de internacionalização, nomeadamente na “atração de estudantes internacionais” e no acesso “a financiamentos mais interessantes”, afirmou João Gabriel Silva.
Para além disso, a constituição do consórcio pode permitir uma maior “margem negocial” nas relações com o governo.
Em declarações à agência Lusa, o reitor reafirmou a vontade de um caminho de globalização da universidade, querendo que no final do seu mandato, em 2019, 15% dos estudantes da UC sejam “estudantes internacionais”, ao abrigo do Estatuto do Estudante Internacional, que permite à instituição cobrar propinas de sete mil euros a alunos que entrem nessas condições.