A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que o Produto Interno Bruto de Moçambique cresça 7,2% este ano, tendo baixado a estimativa de crescimento em 0,4 pontos, no seguimento das grandes inundações no início do ano. De acordo com uma nota de contexto sobre o país enviada aos investidores, a que a Lusa teve acesso, a unidade de análise económica da revista britânica The Economist revela ter “baixado ligeiramente a previsão de crescimento para 2015, no seguimento de grandes inundações em janeiro e fevereiro”.

Assim, “de um crescimento estimado de 7,5% em 2014, o PIB real vai cair para 7,2% em 2015, sendo que a previsão inicial era de 7,6%, antes de recuperar para uma média de 7,4% entre 2016 e 2019”, escrevem os analistas da EIU.

O carvão e as minas, bem como os investimentos em infraestruturas de transporte, vão ser os principais impulsionadores do crescimento, com as comunicações, indústria e serviços financeiros a terem um desempenho forte, consideram os economistas, pormenorizando que a norte-americana Anadarko e a italiana Eni estão a fazer “progressos consistentes” nos planos para desenvolver uma central de gás natural liquefeito, que poderá começar a ser construída já no próximo ano.

Por outro lado, dizem, o colapso nos preços do petróleo na segunda metade de 2016 significa que “alguns destes projetos arriscam um adiamento, implicando um risco descendente considerável na previsão de crescimento do PIB”.

Os prováveis atrasos no desenvolvimento das infraestruturas, resultantes de preocupações com um eventual excesso de oferta de gás, devem fazer com que o início da produção de gás natural liquefeito “não deva acontecer antes de 2020, no mínimo”, o que contrasta com a previsão do Governo, que aponta a data de 2018 como meta.

Sobre a inflação, os analistas da EIU estimam uma subida este ano, para 3,4%, face aos 2,3% do ano passado, antecipando também uma depreciação da moeda local – o metical – e uma subida das tarifas da eletricidade, que anulam os efeitos da descida dos preços do petróleo e dos alimentos a nível global. Entre 2016 e 2019, a inflação deverá ficar-se pela média anual de 4,4%.

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