“Face à posição do PS e face às graves declarações proferidas, questionando as opções (…) dos chefes do Estado-Maior, o Ministério da Defesa Nacional pondera suspender todas as negociações tendo em vista a aquisição do navio polivalente logístico Siroco”, disse à agência Lusa fonte oficial.

A mesma fonte sublinhou que a opção pela compra do navio francês partiu de “uma deliberação unânime” do Conselho de Chefes militares e que tanto o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, como o chefe da Marinha discutiram a questão com os deputados nas audições na comissão parlamentar de Defesa, em fevereiro.

O Ministério da Defesa salientou ainda que a lei, aprovada na generalidade com votos da maioria e do PS, foi entregue na Assembleia da República “há mais de dois meses, sem que tenha havido qualquer iniciativa para aprofundar a discussão sobre este tema”.

Outra fonte ligada a este processo adiantou à Lusa que o deputado do PS João Soares foi indicado pelo secretário-geral socialista como interlocutor com o Ministério da Defesa e foi informado pessoalmente pelo ministro José Pedro Aguiar-Branco sobre os detalhes da aquisição do Siroco.

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Fonte oficial do Ministério da Defesa disse que neste momento decorrem negociações com o Estado francês e que a Marinha já tem identificadas as verbas necessárias para avançar com a compra, mas que esta não acontecerá sem “um consenso geral” sobre esta matéria.

Na terça-feira, durante a discussão na especialidade da LPM no parlamento, o deputado socialista Marcos Perestrello justificou a abstenção do PS com a falta de discussão sobre o cancelamento da modernização de duas fragatas para dar prioridade à compra do Siroco. O deputado do PS defendeu ainda que a compra deste navio devia constar expressamente da nova LPM.

A LPM e a Lei de Programação de Infraestruturas Militares (LPIM) deverão ser votadas no plenário na próxima sexta-feira em votação final global.