A norte-americana FedEx chegou a acordo para comprar a rival holandesa TNT Express, por 4,4 mil milhões de euros, numa tentativa de expandir as suas atividades na Europa. A FedEx está a oferecer menos do que se dispôs a pagar a United Parcel Service (UPS) há dois anos, uma investida que foi barrada pela Concorrência da Comissão Europeia.
As duas empresas, a FedEx e a TNT Express, têm um “acordo condicional” para que a FedEx ofereça oito euros por ação da TNT, o que avalia a empresa holandesa em 4,4 mil milhões. A oferta é 33% superior ao preço de fecho da TNT na sexta-feira, uma empresa que não tem tido vida fácil em bolsa nos últimos 12 meses, reflexo das dificuldades operacionais num setor com uma elevada concorrência – o setor do transporte de mercadorias e logística – e margens sob pressão.
A notícia da oferta da FedEx fez as ações da TNT dispararem, na bolsa de Amesterdão, para valores próximos dos oito euros por ação oferecidos pela norte-americana.
Em janeiro de 2012 a UPS tinha oferecido 9,50 euros por cada ação da TNT, mas acabou por retirar a oferta perante a intransigência dos reguladores. Com a deterioração operacional sofrida, entretanto, pela TNT, os oito euros por ação acabaram por merecer o aval da administração da TNT.
Tex Gunning, presidente executivo da TNT Express, diz que “ainda que não tenhamos solicitado uma aquisição, acreditamos verdadeiramente que a proposta da FedEx é uma boa notícia para todos os investidores [na TNT], tanto do ponto de vista financeiro como não financeiro”. Em comunicado conjunto, a proposta surge “numa altura de grandes transformações dentro da TNT”, diz o presidente executivo.
Não antecipando dificuldades com os reguladores da concorrência, Ted Gunning, adianta que a operação prevê que a TNT venda as operações de transporte aéreo – a PostNL – que foi autonomizada da TNT e onde a holandesa mantém uma participação de 14,7%. A TNT tem 550 unidades em 40 países, incluindo Portugal, mas tem mantido uma atitude cautelosa perante a dependência do mercado europeu. Já a FedEx aumentou os lucros em 53% no primeiro trimestre e mostrou-se otimista de que terá resultados recorde nos próximos trimestres.