Chama-se efeito McCollough e é a mais recente ilusão de ótica a dominar a Internet. E não é que baralha mesmo o cérebro na percepção das cores que os olhos veem. Que pode durar até três meses.

Para baralhar uma vez mais o seu cérebro siga corretamente os passos seguintes. Mas tenha atenção: a ilusão deste caso produz mesmo efeitos demorados. A percepção da cor fica alterada pelo menos alguns minutos ou mesmo os tais três meses.

  1. Primeiro, olhe para as barras brancas e pretas durante pouco mais de um minuto. Mas olhe mesmo durante esse tempo.
  2. Agora olhe alternadamente para o centro das duas imagens seguintes durante três minutos. Deve permanecer concentrado no centro de cada uma delas durante longos segundos antes de mudar para a outra imagem.
  1. Volte a olhar para a imagem a preto e branco: se seguiu corretamente as instruções, vai reparar que as listas horizontais tornaram-se rosadas e as listas verticais parecem verdes. Quanto mais tempo praticar o disposto no ponto 2, maior o efeito.
  2. Assustado? Olhe para a imagem seguinte e a sua visão regressará ao normal.

A psicóloga americana Celeste McCollough descobriu este efeito quando viajou para o Canadá, estava a atravessar um ano sabático, em 1965. Conta o El País que ela quis estudar o efeito criado pelas lentes que utilizamos quando vamos ao cinema assistir a filmes 3D. E descobriu que se olhássemos para as imagens a preto e branco, trocássemos para as coloridas e depois voltássemos às primeiras, a percepção humana das cores mudava.

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O que se passa com este fenómeno e que o distingue da maioria das ilusões de ótica é que este efeito pode durar dias ou até meses até regressar ao normal. Apesar dos extensos estudos que se seguiram à descoberta de McCollough ninguém conseguiu chegar a conclusões seguras sobre os motivos para que esta ilusão dure tanto tempo. A psicóloga admite que o efeito acontece durante a adaptação dos neurónios do córtex visual.

Mas existem outras teorias, de acordo com o Daily Mail. Existe a possibilidade de o cérebro entrar num erro depois de olhar para a imagem a preto e branco e tentar compensar adicionando cores onde elas não existem. Além disso, alguns cientistas acreditam que a ilusão pode surgir em consequência de um retrocesso na percepção, quando o cérebro passa a associar linhas verticais ao verde e listas horizontais ao vermelho.

Georgina Powell, uma investigadora da Escola de Psicologia da Universidade de Cardiff, acredita mais na primeira explicação. Para ela, a adaptação que sofremos quando entramos num sítio escuro é uma das provas para a ginástica do córtex visual: neste caso, “o cérebro pensa que relacionar cores e linhas é uma espécie de erro interno”.

Segundo a investigadora, o cérebro não costuma submeter-se a padrões como os criados por McCollough e portanto interpreta-os como um erro na visão. Para corrigir o problema, “o órgão subtrai as cores para voltar a ver preto e branco”. A questão é que essa subtração acontece mesmo quando passamos a olhar para as linhas pretas e brancas, criando a ilusão de ótica em que vemos as listas com outras cores.