É uma das atrizes mais famosas de Hollywood, tem já com dois Óscares no currículo (com O Aviador, de 2004, e Blue Jasmine, de 2013) e, ao que parece, ainda tem segredos por desvendar. O nome Cate Blanchett está na ordem do dia por causa de uma entrevista que deu à revista Variety — publicada na quarta-feira. Nela, pareceu ter dado a entender ter tido um passado lésbico e relações com mulheres. Mas já lá vamos.

Não é por acaso que o tema surge agora. O mais recente filme da atriz australiana centra-se numa história de amor protagonizada por duas mulheres. E, não, o enredo não é um retrato da maior tolerância que se vive atualmente, uma vez que se baseia num romance de Patricia Highsmith datado de 1952, O Preço do Sal. No filme, Carol, que estreia no festival de Cannes no próximo dia 17, Blanchett é uma mulher casada que se apaixonada por uma empregada de loja mais nova, interpretada por Rooney Mara.

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Esta não é a primeira vez que Blanchett, de 45 anos, participa numa adaptação de Highsmith: em 1999, juntou-se a Matt Damon, Jude Law e Gwyneth Paltrow em O Talentoso Mr. Ripley.

 

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E é durante a entrevista sobre o filme que surge a revelação. A atriz é questionada sobre se esta é a sua primeira vez na pele de uma lésbica, ao que Cate responde com outra pergunta: “Em filme ou na vida real?”. Quando o jornalista Ramin Setoodeh da Variety a pressiona por detalhes, se terá tido ou não relações com mulheres, Blanchett apenas afirma “Sim. Muitas vezes”.

A entrevista deu brado nas redes sociais e obrigou Blanchett a clarificar, em entrevista ao Guardian, o que disse. Segundo ela, completou a frase com um claríssimo “Isso quer dizer que tenha tido relações sexuais com mulheres? Então a resposta é não.” De seguida criticou fortemente os tempos puritanos em que se vive: “Em 2015, a pergunta que devíamos fazer é: o que é que isto interessa?”

A emancipação, à semelhança do que tem acontecido em outras entrevistas a outras celebridades, foi também um tema quente abordado pela loira que já se revelou eclética no grande ecrã — desde a rainha dos elfos Galadriel, na trilogia de O Senhor dos Anéis, à participação em The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros. E não esquecer o papel de madastra má na última versão cinematográfica de Cinderela.

“Que indústria aposta na igualdade salarial para as mulheres? Nenhuma. Porque é que deveríamos esperar que esta fosse diferente?, pergunta, argumentado que a predominância de histórias masculinas no cinema é má para o negócio. “As pessoas querem ver bons filmes”, alega. Dá ainda como exemplo algumas mulheres que já atingiram um patamar especial em Hollywood e que podem, por isso, fazer a diferença — cita Meryl Streep, Reese Witherspoon e Nicole Kidman.

 

Nota: notícia revista no dia 18, depois das declarações de Cate Blanchett