A Semapa vai lançar uma OPA (oferta pública de aquisição) sobre a Semapa. A holding liderada por Pedro Queiroz Pereira anunciou a intenção de avançar com uma OPA sobre o seu capital disperso em bolsa.
Em troca, oferece ações da Portucel, a outra empresa do grupo que está cotada na bolsa de Lisboa. Por cada ação da Semapa, o investidor pode receber 3,4 ações da Portucel, sendo que a oferente diz que esta relação representa um rácio superior em 8,8% ao valor médio verificado no último mês. Esta operação vai permitir o aumento do capital disperso em bolsa da Portucel até 46%, incluindo as ações próprias, reforçando a liquidez e dando maior visibilidade à empresa no mercado de capitais. As ações da Portucel estão concentradas na Semapa que detém cerca de 80%.
Desde que comprou a Portucel ao Estado, negócio que implicou o lançamento de uma OPA, que o empresário admitia fazer dispersão em bolsa de capital da empresa de pasta. Com esta oferta de troca, cumpre-se esse plano, sendo que é intenção de Queiroz Pereira manter o controlo do grupo Portucel que é a jóia da coroa dos seus negócios. Esta operação tem ainda como objetivo simplificar a estrutura empresarial do grupo.
A oferta será apreciada em assembleia geral extraordinária da Semapa, por iniciativa da Sodim, a maior acionista, e prevê ainda uma redução do capital social da holding do grupo Queiroz Pereira, depois de concretizada a oferta para eliminar as ações próprias que ultrapassem o limite legal de 10%.
A Semapa é a maior acionista da Portucel e é controlada em 54,5% pela Sodim e por outras empresas ligadas a Pedro Queiroz Pereira. A oferta incide sobre os outros de 45,5% do capital. O segundo maior acionista, com mais de 11%, é o BPI, que é o intermediário financeiro da OPA. Os outros acionistas qualificados com pouco mais de 5%, são a sociedade espanhola de investimento Bestinver e o Norges Bank, que gere o fundo petrolífero da Noruega.
Para além da empresa de pasta e papel, a Semapa controla ainda a cimenteira Secil e a ETSA, empresa de resíduos animais.
A Semapa foi palco de uma disputa entre os dois irmãos Queiroz Pereira em 2013, com o Grupo Espírito Santo (GES) a apoiar Maude, a irmã do presidente do grupo. O conflito terminou no final de 2013 com a venda das ações de Maude e da participação do GES nas holdings de controlo da Semapa a Pedro Queiroz Pereira.