Será a segunda vez que os Estados Unidos aprovam um contracetivo masculino. A primeira foi o preservativo. A tão esperada pílula (é assim que é chamada, mesmo que seja injetável) para eles vai chegar ao mercado norte-americano entre 2018 e 2020 e pode mudar para sempre a forma como vemos o sexo e a contraceção. Foi batizada de Vasagel e é uma pílula masculina não-hormonal, tomada numa única injeção que pode ter efeito durante vários anos, revela o Telegraph. Foi desenvolvida pela Parsemus Foundation e aprovada pela reguladora norte-americana FDA (Food and Drug Administration).

Mas como vai funcionar? O Vasagel é um composto químico (polímero) injetado com anestesia local nos tubos que transportam o esperma (e não nos testículos ou no pénis), e funciona através do bloqueio desse esperma. Espera-se que a injeção seja reversível através de uma segunda injeção que irá dissolver o polímero. A eficácia da segunda injeção vai começar a ser testada a partir de 2016, altura em que se iniciam os testes clínicos. Uma vantagem deste método é que apesar de bloquear o esperma, não bloqueia os outros fluidos.

Estima-se que todos os anos, milhões de homens fazem vasectomias. Em breve, vão poder optar por este método menos invasivo e reversível.

O facto de o contracetivo masculino se tratar de uma injeção – não sendo tomado em comprimidos e por isso não havendo o risco de esquecimentos – faz com que esta possa ser uma opção viável para ajudar as mulheres a prevenirem-se contra uma gravidez indesejada.

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Claro que este método não substitui o preservativo, cuja importância é extrema no combate a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Mas que outros tipos de contracetivos existem?

1. Preservativo

Até agora é o único método contracetivo totalmente “masculino”. Quando utilizado corretamente, tem uma taxa de eficácia de 98%. Quando é rasgado (sem querer), quando não é colocado da forma correta, ou quando não é imediatamente retirado após a relação, a sua eficácia reduz-se para 85%.

2. Pílula feminina (oral)

Quando bem utilizada, a pílula funciona com 99,7% de eficácia. Mas tem de ser tomada com disciplina, caso contrário, a sua capacidade de prevenir uma gravidez indesejada desce para 92%. Vómitos, diarreia, ou outros medicamentos podem também anular a eficácia deste contracetivo.

3. Pílula do dia seguinte

Atenção: este método contracetivo deve apenas ser utilizado em casos de emergência já que é altamente agressivo para o organismo. Por essa razão, há quem considere que a pílula do dia seguinte é “abortiva” e não “contracetiva”, apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) utilizar a segunda classificação. Este contracetivo também não é 100% fiável. Apenas evita uma gravidez indesejada em 85% dos casos.

4. Anel vaginal

É um anel de plástico que se introduz na vagina e que vai libertando gradualmente uma carga hormonal. Deve ser mudado em cada novo ciclo e a sua eficácia é idêntica à da pílula convencional.

5. Penso transdérmico

Funciona de forma semelhante ao anel vaginal, também através da libertação de hormonas. Trata-se de um quadrado autocolante com cerca de 4,5 cm em cada lado, e que deve ser aplicado sobre a pele limpa e sem cremes para que não descole da pele.

6. Progesterona injetável

São injeções da hormona feminina progesterona e devem ser tomadas com uma periodicidade mensal ou trimestral. São administradas por ginecologistas e a sua viabilidade ascende aos 100%.

7. Diafragma

É uma espécie de tampão de látex, ou silicone, inseridos na vagina da mulher para impedir a entrada do esperma no colo do útero. Deve ser utilizado com um espermicida (ou seja, uma substância que mata os espermatozóides). Existem vários tamanhos e é o ginecologista que determina qual deve ser usado por cada paciente. É eficaz em 84% dos casos.

8. DIU

É um dispositivo que é colocado no útero pelo ginecologista. Atua pela provocação de alterações no corpo que impedem a gravidez. Pode ser feito de cobre ou pode libertar hormonas, sendo que este último tem as mesmas vantagens dos outros contracetivos hormonais: provoca menstruações menos abundantes e menos dolorosas. É fiável em mais de 99% dos casos.

9. Espermicidas

Tratam-se na sua maioria de cremes vaginais com substâncias químicas que destroem a ação dos espermatozóides. São pouco seguros e pouco recomendáveis já que, em cada 100 relações, provocam 29 gravidezes.

10. Esponja

Dispositivo sintético que se insere na vagina antes da relação sexual, sendo que a sua eficácia dura 24 horas. Geralmente contém espermicida. Em mulheres que ainda não tenham tido filhos, supostamente tem uma eficácia de 84%. Nas mulheres que já foram mães, devido à dilatação do canal vaginal, a eficácia deste método é drasticamente reduzida.

11. Preservativo feminino

É um dispositivo lubrificado que plastifica as paredes da vagina e da vulva, muito eficaz contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Para evitar uma gravidez indesejada sua eficácia vai de 5 a 21%.

12. Coito interrompido

Não é recomendado já que a sua eficácia apenas ascende aos 70%.

13. Ogino (ou método do calendário)

O famoso ginecologista japonês criou o chamado método do calendário, e que passa pelo cálculo dos dias em que a mulher se encontra (ou não) no período fértil. Não há registos seguros da sua fiabilidade.

14. Temperatura basal

Este método passa por medir a temperatura corporal para verificar se a mulher está no período fértil (ou não). Depois de ovular a temperatura corporal da mulher sobe entre 0,2 e 0,5 graus Celcius. Quando o corpo se encontra mais quente, supostamente a mulher estará no período infértil. Na vida real este método falha 20% das vezes e obriga à medição da temperatura todos os dias à mesma hora.

15. Método de ovulação Billings

É uma outra forma natural de prevenir a gravidez. Passa por evitar ter relações sexuais durante o período fértil de acordo com a avaliação da espessura, cor e opacidade do muco cervical feminino. Nos dias férteis, o muco estará transparente e mais líquido.

16. Implante subdérmico

É um dos métodos mais cómodos. É um dispositivo que se introduz por baixo da pele, no antebraço, e que vai gradualmente libertando hormonas. É eficaz durante 3 a 5 anos e a sua eficácia ronda os 100%.

17. Esterilização masculina e feminina

Para os homens existe a vasectomia, para as mulheres a laqueação de trompas. São métodos definitivos para evitar a gravidez e não são reversíveis.