O metrónomo é uma ferramenta essencial a qualquer músico. É usado para acertar compassos, para afinar o ritmo. Em 1999 um adolescente que produzia músicas num computador procurava o nome ideal para assinar as remisturas das músicas que escutava na rádio. Metronomy foi a palavra escolhida para designar o DJ, produtor e compositor Joseph Patrick Kennith Mount. Com o tempo o projeto evoluiu para a formação de uma banda. Atualmente são um quarteto onde se juntaram Oscar Cash , Gbenga Adelekan e Anna Prior. Muitos consideram-nos uma das melhores bandas britânicas da pop-eletrónica da atualidade. Abrem o palco Heineken no primeiro dia do festival, 09 de julho, no Passeio Marítimo de Algés.

Nas fotos de catálogo surgem sempre muito aprumados, vestidos de igual, numa imagem que faz lembrar os modelos e as montras de uma famosa marca italiana de roupa. O grupo já está a gravar canções novas para incluir no próximo álbum de originais que será lançado no próximo ano. O anúncio foi feito no sábado durante a atuação no festival British Summer Time que celebra a chegada do verão à Grã-Bretanha. Enquanto preparam o novo trabalho vão continuando a promoção do quarto e mais recente álbum de originais, editado em março do ano passado.

Logo a partir das notas de abertura, “Love Letters” revela-se uma galeria de canções minimalistas, num estilo confessional, gravadas num estúdio com equipamento analógico de apenas oito pistas. Foi bem recebido pela crítica mas eventualmente subestimado pelos fãs. O registo menos polido que os anteriores representa porém um trabalho mais ambicioso em termos de composição e produção. Os sintetizadores perdem protagonismo para instrumentos clássicos como o piano ou o trombone e saxofone que compõem a secção de metais. O resultado é uma sonoridade mais próxima do rock e da soul do que da música eletrónica que associamos aos trabalhos de Joe Mount. Comprove isso mesmo no vídeo de “Love Letters”:

Joseph Mount é a alma criadora do projeto. Começou por tocar bateria nas bandas onde foi alinhando com os colegas da escola. Mais tarde, por volta dos 17 anos, o pai comprou um computador novo e ofereceu-lhe o antigo. Esse foi realmente o primeiro instrumento musical dos Metronomy. No quarto da casa onde vivia com os pais, começou a fazer músicas com um programa de áudio. Como fazem muitos adolescentes no início de tantas histórias de sucesso. Numa entrevista recente o compositor manifestou-se interessado em fazer música de dança, mais moderna e excitante, apontando os nomes de Brian Ferry e de Beck como exemplos a seguir.

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A fama começou pelos instrumentais graciosos e envolventes como os que encontramos em “Pip Paine (pay the £ 5000 You Owe)” de 2006. O primeiro dos quatro álbuns no catálogo é em grande parte instrumental e foi produzido integralmente por Mount. O título veio de um graffiti pintado na estação de comboios de Totnes, a pequena cidade onde o músico vivia. Um indivíduo chamado Pip Paine devia cinco mil libras ao autor da pintura. Seguiu-se “Nights Out” em 2008 já com Oscar Cash e Gabriel Stebbing. Em 2011 chegou o aclamado “The English Riviera” que foi Disco de Ouro em Inglaterra e teve uma nomeação para os prémios Mercury.

Adeptos do experimentalismo, costumam incorporar algumas coreografias com luzes nas atuações. Uma das mais usadas é aquela em que os elementos da banda usam luzes no peito, que acendem e apagam de modo sincronizado. Vão ser dos primeiros a tocar na edição deste ano do NOS Alive, a 9 de julho. Com três dias e três noites de festival pela frente, o melhor é aproveitar o espetáculo dos Metronomy e afinar logo o compasso!

metronomy.co.uk / NOS Alive