E vão 10 espetáculos no nosso país desde a estreia na Ilha do Ermal , em Vieira do Minho, corria o verão do ano 2000. Naquela época muito poucos apostariam que estava a nascer um dos maiores fenómenos de popularidade da primeira (e da segunda!) década deste século. Apenas tinham para mostrar o disco de estreia “Showbiz”, lançado em 1999, e as canções incluídas em dois EP antes disso. Em 1994 a vitória num concurso de bandas em que alinharam levou-os a pensar em levar a música a sério. Na altura o trio formado por Matthew Bellamy (voz e guitarra), Christopher Wolstenholme (guitarra-baixo) e Dominic Howard (bateria) apresentava-se como Rocket Baby Dolls. Depois resolveram mudar de nome e escolheram Muse por ser curto e fácil de memorizar, além do sentido literal de “espíritos inspiradores” que é atribuído às musas.

Os britânicos estão de regresso a Portugal para aquela que será a sua 11ª atuação em terras lusas. Logo no primeiro dia do festival que decorre no Passeio Marítimo de Algés entre 9 e 11 de Julho a banda vai apresentar o mais recente álbum “Drones”. E ao que parece poderá mesmo trazer drones para sobrevoar a audiência e gravar imagens do espetáculo. É pelo menos essa a intenção, divulgada em abril, a propósito da digressão destinada a promover o novo álbum. Têm surgido algumas preocupações com a segurança da operação, sobretudo depois do acidente que envolveu o espanhol Enrique Iglesias no dia 30 de maio. Tentou agarrar um drone com a mão e cortou-se enquanto cantava durante um espetáculo em Tijuana, no México. A façanha valeu-lhe uma operação cirúrgica delicada.

O sétimo álbum de estúdio dos britânicos estreou-se no topo das tabelas de vendas em 20 países. Além disso, e pela primeira vez, os Muse conseguiram entrar diretamente para o primeiro lugar da tabela de álbuns da Billboard 200. Foram vendidas mais de 79 mil cópias do álbum “Drones” na primeira semana no mercado norte-americano. Por estes dias ainda vai oscilando entre os lugares cimeiros das tabelas dos Estados Unidos da América e também do Reino Unido. A banda de “Knights of Cydonia” está habituada ao estatuto de multipremiada. Com mais de 120 nomeações para diversos prémios, ganharam de facto mais de 40. Entre eles um Grammy, dois Brit, cinco MTV Europe Music Awards e um MTV VMA pelos efeitos especiais no vídeo de Uprising, de 2010. A propósito vale a pena ver agora o visual adoptado para acompanhar o novo tema de “Drones”, “Dead Inside”:

O disco foi produzido por Robert John Lange (mais conhecido por “Mutt”) que aos 66 anos continua a ser um dos mais bem pagos do circuito. O ex-marido da canadiana Shania Twain, com quem esteve 16 anos, tem no portfólio vários álbuns de gente tão famosa como os Foreigner, Def Leppard, Bryan Adams, Maroon 5 ou Nickelback. A sequência de canções configura a história de um protagonista confrontado com sentimentos de perda e de vazio emocional, seguindo uma jornada de autoconhecimento para se reencontrar com a sua alma.

Disseram recentemente numa entrevista ao Spotify UK que sentiram necessidade de voltar às origens. Eventualmente porque a densidade dos álbuns “The 2nd Law” e “The Resistance” em termos de instrumentos e de produção eletrónica dificultaram a execução ao vivo. É preciso não esquecer que os Muse nasceram como trio composto por um guitarrista, um baixista e um baterista. E assim deverão continuar. Capaz de atingir agudos invulgares, alternando entre um vibrato e um falsete, a voz de Matthew Bellamy tornou-se um elemento diferenciador que permite o reconhecimento imediato do trio de “Butterflies and Hurricanes”. Com os bilhetes há muito esgotados para a primeira noite do NOS Alive 2015 espera-se uma enchente para ver uma das bandas mais populares que saíram de Inglaterra nos últimos 20 anos. Com ou sem drones a sobrevoar o recinto, o espetáculo dos Muse promete deixar muita gente de cabeça no ar.

muse.mu / NOS Alive

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