Diz quem o conhece que Pinto da Costa fez o que não costuma e abriu um buraco sem ter algo com que o tapar. O presidente do FC Porto despediu o treinador sem ter um plano B pensado e deu azo a que, nos 10 dias que já passaram desde a saída de Julen Lopetegui, não se tenha parado de questionar quem será o sucessor do espanhol. Falou-se de Sérgio Conceição, que se chateou com o que se disse e escreveu, e de André Villas-Boas, que respondeu ser “muito improvável” voltar aos dragões num futuro próximo. Depois perguntou-se se poderia ser Marco Silva — e diz ao Observador quem dele é próximo que, nesta altura, muito dificilmente o português sairá do Olympiacos para ir treinar o FC Porto.

Para isso acontecer, Marco Silva sairia agora do pentacampeão grego que vai lançado em direção a um sexto título consecutivo. Ou seja, teria que “sair a mal” do Olympiacos, algo que, dizem-nos, “em circunstância alguma” poderá acontecer. Porque o técnico português tem ainda ano e meio de contrato por cumprir e “nunca” será ele a dizer à direção do clube helénico que pretende sair. Até esta segunda-feira, diz a mesma fonte ao Observador, o FC Porto não contactou o Olympiacos nem deu conta, formalmente, de qualquer interesse em pagar a cláusula de rescisão do treinador. No domingo, a TSF avançou que Marco Silva seria o treinador desejado e “mais bem colocado” para suceder a Lopetegui no banco do FC Porto.

Mesmo que os dragões peguem no telefone, marquem o número de Evangelos Marinakis, e lhe perguntem sobre a disponibilidade do Olympiacos em libertar Marco Silva, o presidente do clube helénico “manda-os logo dar uma volta”. Além de o dinheiro não faltar ao homem que manda no clube mais titulado da Grécia, toda a gente no Olympiacos está contente com o que o ex-técnico do Sporting tem feito — vai com 17 vitórias em 18 jogos do campeonato, um recorde (empatou esta segunda-feira com Platanias) e só não seguiu para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões devido ao confronto direto com o Arsenal. “Está a meio de uma época fantástica, histórica”, resumem ao Observador, para justificar que ninguém no Olympiacos pretenda ver o português a deixar o banco de suplentes.

A única hipótese de Marco Silva sair de Atenas seria se alguém do FC Porto conseguisse convencer o presidente do Olympiakos a libertá-lo a meio da temporada. Com dinheiro? Poderia ser, não fosse o homem forte do clube “se estar nas tintas, porque não precisa de dinheiro”. Em julho do ano passado, aliás, Evangelos Marinakis foi capaz de pagar 200 mil euros de multa, quando foi ilibado de um processo de corrupção e de combinação de resultados no futebol grego.

O Observador sabe que os dragões pretendem apresentar durante esta semana o nome do treinador que, pelo menos, ficará a mandar na equipa até ao final da temporada. No domingo, Sérgio Conceição rejeitou falar do assunto após vencer (1-0) o FC Porto com o Vitória de Guimarães e chegou até a perguntar aos jornalistas: “Como é que eu me safo disto?”. André Villas-Boas, atual treinador do Zenit São Petersburgo, deu esta segunda-feira conta que tem “sempre o sonho de um dia regressar” aos dragões, “mas é muito improvável que isso aconteça num futuro próximo”. Já Leonardo Jardim disse que está “muito contente” no AS Monaco e que “o que os media noticiaram não é importante”.

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