O ex-presidente do Centro Cultural de Belém (CCB) António Lamas vai ser ouvido hoje pela comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, para prestar esclarecimentos sobre a sua demissão, pelo ministro da Cultura, João Soares.

Na semana passada, a comissão votou, “por unanimidade”, o requerimento apresentado pelo PSD que pedia a audição de António Lamas, e do ministro da Cultura, que também será ouvido, em audiência a agendar, “talvez em abril”, segundo fonte da comissão.

A audição de António Lamas está prevista para as 17h30, depois da reunião plenária.

O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Sérgio Azevedo justificou, na apresentação do requerimento, que havia necessidade de um “esclarecimento cabal” sobre a forma como João Soares decidira demitir António Lamas, e nomear para o seu lugar Elísio Summavielle, ex-secretário de Estado da Cultura e ex-diretor-geral do Património Cultural, que era um dos adjuntos do ministro da Cultura.

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Na sequência da demissão, o PSD e o CDS criticaram a forma “prepotente”, “anormal” e através de “recados via imprensa”, como foi conduzido o processo pelo ministro da Cultura.

António Lamas, que antes do CCB presidia à Parques de Sintra – Monte da Lua, foi exonerado a 29 de fevereiro, pelo ministro da Cultura, decisão anunciada dias antes, no parlamento, alegando má gestão.

Em causa, nesta discordância entre António Lamas e João Soares, está o projeto de gestão integrada do chamado “eixo Belém-Ajuda”, cuja estrutura de missão foi extinta pelo atual Governo e era chefiada pelo ex-presidente do CCB.

João Soares afirmou, durante a audição parlamentar relativa ao Orçamento do Estado para 2016, que não tem “a menor das hostilidades, do ponto de vista pessoal”, com António Lamas — nomeado presidente do CCB em 2014 -, mas lamentou “uma gestão pouco prudente”, dando como exemplo que “seis milhões [de euros] das reservas foram gastos nos últimos tempos”.