O Governo brasileiro não vai interferir na condução na operação policial que investiga crimes de corrupção na Petrobras, garantiu esta quarta-feira o chefe de Estado interino, durante a cerimónia de posse dos novos presidentes de bancos públicos e órgãos estatais.

“Pela enésima vez, não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência de ninguém na Lava Jato. A toda hora leio uma ou outra notícia que o objetivo é interferir. Não há a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo nesta matéria”, garantiu Michel Temer.

O comentário foi uma resposta às gravações secretas feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em cujos diálogos se ouvem críticas de membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), a formação de Temer, a esta operação policial.

A divulgação destes áudios causou já duas baixas no Governo: o ex-ministro do Planeamento, Romero Jucá e o ex-ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira.

Ambos foram gravados a criticar a Lava Jato e insinuando possíveis interferências para conter a investigação, que atualmente concentra esforços no apuramento do envolvimento de políticos nos crimes cometidos na petrolífera estatal brasileira.

Esta quarta-feira de manhã o Palácio do Planalto anunciou que o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Torquato Jardim, vai assumir o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, sucedendo a Fabiano Silveira, que pediu demissão na passada segunda-feira.

Na cerimónia realizada esta quarta-feira de manhã no Palácio do Planalto tomaram posse Maria Silvia Bastos Marques, no cargo de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Paulo Rogério Caffarelli, como presidente do Banco do Brasil; Gilberto Occhi, que será o novo presidente da Caixa Econômica Federal; Pedro Parente, que presidirá à Petrobras; e Ernesto Lozardo, para a direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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