O PSD e autarcas da Campeã e Torgueda, Vila Real, denunciaram reparações em estradas e sistemas de drenagem que “ficaram por fazer” após a Autoestrada do Marão e que podem atingir os três milhões de euros.

Luís Leite Ramos, deputado social-democrata e presidente da concelhia do PSD de Vila Real, referiu que, quase um mês depois da abertura da Autoestrada do Marão — Túnel do Marão, continuam “problemas por resolver” e que resultaram da “destruição de estradas, caminhos municipais e sistemas de drenagem de águas pluviais” aquando da construção do empreendimento.

O parlamentar referiu que “uma estimativa grosseira” aponta para um investimento que pode atingir os “três milhões de euros”.

Luís Leite Ramos disse ainda que vai questionar o ministro da Infraestruturas, através da Assembleia da República, querendo saber que avaliação foi feita sobre os impactos negativos decorrentes da obra, que intervenção foi feita e o que ainda vai ser feito.

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Ao deputado, que falava aos jornalistas em conferência de imprensa, juntaram-se ainda os presidentes das juntas de Torgueda e da Campeã, freguesias que dizem que foram “muito afetadas” durante a construção da nova autoestrada, que abriu ao trânsito a 08 de maio.

Contactada pela agência Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) referiu que “assegurou, em estreita articulação com os representantes das autarquias, o pleno restabelecimento das condições de circulação nas estradas nacionais e municipais utilizadas pelos empreiteiros”, tendo inclusive “promovido algumas melhorias nas condições de serviço, face às anteriormente existentes no início dos trabalhos”.

Os sistemas de drenagem, “salvo situações pontuais devidamente identificadas e que serão solucionadas em parceria com os municípios, encontram-se em funcionamento, tendo sido concretizado o projeto e as soluções oportunamente acordadas com os representantes das autarquias e demais entidades interessadas”.

O presidente de Torgueda, Abílio Queirós, disse que “seis aldeias estão a ser penalizadas nas suas vias de acesso” e explicou que as estradas foram muito danificadas pela passagem dos camiões e máquinas afetas à autoestrada.

O autarca disse ainda que havia compromissos assumidos pela primeira concessionária do empreendimento, que não foram depois concretizados. A IP assumiu a concessão apenas após o resgate da obra por parte do Estado.

O presidente da Campeã, Augusto Portela, referiu que a junta foi tapando alguns buracos nas estradas, mas sublinhou que é “precisa uma intervenção mais profunda” e afirmou que as populações não dispõem de vias alternativas.

Luís Leite Ramos considerou ainda que é “paradoxal” que a IP esteja a fazer obras no Circuito Internacional de Vila Real, que vai acolher o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC), e “não tenha dinheiro” para intervir nas zona afetadas pela autoestrada.

A IP referiu que os trabalhos de conservação nas estradas do circuito se inserem na sua atividade diária e que a sua concretização em tempo útil para a realização das provas “possibilita que este importante evento para a região, com ampla cobertura internacional, disponha de estradas de elevada qualidade”.