Segundo os analistas da LMC Automotive, consultora especializada no sector automóvel, de todas as marcas que possuem fábricas no Reino Unido (RU), a General Motors (GM) é aquela que maior probabilidade terá de deslocalizar a sua produção para um país do continente europeu, em virtude da decisão de Inglaterra de abandonar a União Europeia (UE). Actualmente, em Inglaterra, a GM produz o Vivaro em Luton, e o Astra em Ellesmere Port, no noroeste do país, considerando a LMC Automotive que é elevado o risco da produção deste último passar ser alocada a uma sua fábrica na Alemanha ou na Polónia.

Tal decisão protegeria a empresa caso a UE decida impor taxas específicas sobre os produtos importados do RU, em resultado do Brexit. A verificar-se o fecho desta fábrica, que já opera desde 1964, isso ocorreria, muito provavelmente, por volta de 2021, por ocasião do lançamento do substituto do actual Astra. Outro elemento que poderá concorrer para uma decisão desta grandeza é o facto de esta fábrica ser, no país, a que menor volume de fornecedores possui nas suas imediações (não mais de 25%), o que a torna ainda mais vulnerável.

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Já Honda está a pagar, mesmo que indirectamente, as consequências do Brexit devido à imprevista valorização do iene que daí resultou. Nos cinco primeiros meses do ano, um iene especialmente fraco permitiu à marca japonesa aumentar em mais de 1.000% as suas exportações do Japão para os EUA, nomeadamente do Fit (conhecido como Jazz na Europa), mas também do Accord Hybrid e do Acura RLX. Agora, com o iene a conhecer sucessivas valorizações, o “filão” parece ter-se esgotado – algo que também não deixará de afectar as marcas suas conterrâneas, por sinal bem mais dependentes das exportações a partir do seu país de origem, que no caso da Honda nem vão além dos 2,5% da sua produção total.

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