O Jardim Botânico de Lisboa fechou esta segunda-feira ao público e vai entrar em obras que devem durar seis meses. Depois de vários avanços e recuos, o espaço verde situado na Rua da Escola Politécnica vai finalmente ver implementado o projeto vencedor do Orçamento Participativo de 2013, que prevê a melhoria dos sistemas de rega e da circulação da água, a melhoria da iluminação, a instalação de internet, a renovação de caminhos, a instalação de esplanadas e de um anfiteatro e a abertura da saída para a Praça da Alegria.
O projeto “Jardim Botânico de Lisboa: Proteger, Valorizar e Promover” foi o vencedor da edição de 2013 do Orçamento Participativo, promovido anualmente pela Câmara Municipal de Lisboa, com 7.553 votos. O custo estimado desta intervenção é de 500 mil euros, mas a Universidade de Lisboa, que gere o espaço e os museus anexos, quer fazer mais obras numa fase posterior, recorrendo a outras fontes de financiamento.
O Jardim Botânico está classificado como Monumento Nacional desde 2010 mas isso não impediu uma crescente degradação daquele que é um dos mais nobres e bucólicos espaços verdes da capital. Nos últimos meses, os lagos ficaram sem água, as plantas começaram a morrer e muitas árvores não tiveram os cuidados necessários. Além disso, vários edifícios no interior do jardim estão degradados. O Observatório Astronómico encontrava-se nesta situação até há poucos meses, mas entretanto já tiveram início os trabalhos de recuperação.
O projeto de reabilitação que agora começa não convence a Liga de Amigos do Jardim Botânico, que acusa os responsáveis pelo espaço de apenas estarem interessados em atrair mais turistas para o local. Na apresentação das linhas gerais da intervenção, em julho do ano passado, os membros da Liga criticaram fortemente as ideias da direção do jardim. “Este não é um jardim como os outros e neste projeto de reabilitação privilegia-se o visitante, o turista, e não a faceta de botânica, que é a principal deste Monumento Nacional”, disse Manuela Correia, presidente da associação, em declarações citadas pelo jornal O Corvo.