A icónica aceleradora criativa londrina abriu hoje oficialmente em Lisboa, no Mercado da Ribeira, num espaço que junta o verde de mil plantas “ao amarelo do Sol” do pavimento, tudo pensado para potenciar criatividade e “colisão de ideias e pessoas”.

Do espaço “praticamente abandonado” que encontraram no primeiro piso do Mercado da Ribeira, há cerca de dois anos, os fundadores da Second Home, Rohan Silva e Sam Aldenton, quiseram fazer “o melhor lugar do mundo para trabalhar, para ser criativo, mas também para se ser feliz”, como disseram hoje numa visita com jornalistas àquela que é a primeira Second Home a abrir fora de Londres.

Assim o pediram à dupla de arquitetos espanhóis Selgas Cano, que mantiveram os pormenores e as estruturas mais bonitos e características deste mercado do século XIX e criaram o espaço de 1.200 metros quadrados à medida dos fundadores da Second Home, cujo objetivo foi “celebrar o que já existia e construir a partir daí”.

“Tivemos de pensar profundamente na forma de juntar as pessoas para estimular a criatividade, novas ideias e encorajar a colaboração. E, por isso, decidimos trazer a natureza e uma atmosfera verde para dentro do edifício”, relatou Sam Aldenton.

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Realidade aliás bem visível quando se entra diretamente no espaço de trabalho, onde mil plantas de várias espécies e tamanhos se distribuem por vasos amarelos, verdes, brancos, tudo cores para trazer “luz”, assim como o chão amarelo, que, diz Sam Aldenton, “tem como objetivo dar um pouco de Sol”, mesmo nos dias cinzentos.

Com a frase de Churchill – ?We shape our buildings, thereafter they shape us” (primeiro moldamos os nossos edifícios, depois são eles que nos moldam), Rohan Silva e Sam Aldenton criaram o espaço numa lógica de centralização de serviços e de bem-estar para potenciar “essa colisão de pessoas”.

Assim, existe apenas um bar, “com comida fresca e saudável”, uma biblioteca e um espaço multiusos para a prática de ioga, pilates ou meditação. E através do já chamado Surf Bus, a aceleradora criativa levará regularmente os seus membros à praia para sessões antes e/ou depois do trabalho, num conceito de que “estar saudável e equilibrado é fundamental para desenvolver a criatividade, produtividade e empreendedorismo”.

Com capacidade para chegar aos 250 membros, a Second Home conta já com 200 e cerca de 30 empresas, de diferentes áreas, como capital de risco, tecnologia, ‘design’ e moda, entre outras, com escalas muito diferentes.

Entre os profissionais e empresas de várias indústrias estão a Parfois, marca de acessórios de moda para mulher, a Latitid, marca portuguesa de biquínis e fatos de banho, a Faber Ventures, capital de risco portuguesa, a Home Lovers, imobiliária de sucesso nascida no Facebook, o empresário Miguel Stanley, a Levoo, aplicação para encomenda e entrega de comida já disponível em várias cadeias bem conhecidas em Portugal, a Monday, agência de marketing digital, e até uma escola de surf, a EPIC Surf School, entre outras.

Assumindo-se como tendo a missão de “promover impacto social”, a Second Home é também um espaço cultural para a realização de sessões de filmes, música ao vivo e palestras com oradores de renome, investidores e outros líderes, e está aberta 24 horas por dia.

Rohan Silva explicou hoje que são três os tipos de membros: o ‘residente’, com acesso 24 horas por dia a uma mesa permanente, o ‘roaming’, com acesso 24 horas por dia aos espaços de trabalho comuns, estes dois com acesso à Second Home em Londres, cinco dias por mês, e por fim o ‘lounge’, com acesso aos fins de semana e em períodos menos frequentados.

“Lisboa foi um grande passo para nós. Adoramos Lisboa, é como Londres, é uma dessas cidades com muita diversidade e pode ser um catalisador e um microcosmo da economia e de emprego. É realmente um projeto de paixão”, disse Rohan Silva. As instalações serão hoje oficialmente inauguradas pelo primeiro-ministro, António Costa.