Nos próximos dias 23, 24 e 25 de fevereiro (de quinta-feira a sábado), a exposição dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso em Lisboa estará aberta ao público até às 22h. Domingo, 26, é o último dia da mostra e encerrará no horário habitual, às 18h.

A exposição “Amadeo de Souza-Cardoso 2016-1916 Porto Lisboa” é, em conjunto com a de Almada Negreiros, na Gulbenkian, um sucesso de visitas e em muitos dias, especialmente ao fim de semana, tem gerado filas à entrada que chegaram a durar duas horas.

Inaugurada a 11 de janeiro, a exposição recebeu 2.635 visitantes logo nos primeiros cinco dias, indicou na altura fonte do museu à agência Lusa.

Depois de ter estado dois meses, no ano passado, no Museu Soares dos Reis, no Porto, onde recebeu cerca de 43 mil visitantes, a mostra “Amadeo de Souza-Cardoso/Porto Lisboa/2016-1916”, com 81 obras, vai ficar no Museu do Chiado até domingo.

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Estas exposições evocam as duas realizadas há um século, pelo artista, respetivamente, no Porto, no Jardim Passos Manuel, de 01 a 12 de novembro de 1916, e a segunda, em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa, de 04 a 18 de dezembro.

Na Liga Naval, em Lisboa, Amadeo conseguiu apenas o espaço da sala de leitura para as suas 113 obras, mas, no Museu do Chiado, as 81 peças que a organização conseguiu reunir são acolhidas em cinco salas.

Esta evocação das exposições realizadas pelo próprio artista no Porto e em Lisboa, há cem anos, resultou de uma proposta apresentada por Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e curadora da mostra, em conjunto com Marta Soares.

As obras apresentadas por Amadeo em 1916 provocaram grande escândalo e polémica, sobretudo no Porto, devido à incompreensão da época relativamente às estéticas de vanguarda.

No entanto, em Lisboa, teve o apoio de outros artistas, como Almada Negreiros, que a divulgou com entusiasmo.

Almada Negreiros chegou a distribuir um manifesto no qual escrevia que a exposição de Amadeo de Souza-Cardoso era mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama.

Amadeo de Souza-Cardoso vivia em Paris, mas regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda, tendo participado em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres.

As duas exposições de 1916 foram as últimas feitas em vida do artista, que viria a morrer dois anos mais tarde, vítima da gripe espanhola, com apenas 31 anos.