A atividade económica deverá registar uma aceleração durante o primeiro trimestre de 2017, segundo a previsão do Fórum para a Competitividade. Na nota de conjuntura relativa a fevereiro, o gabinete de estudos da organização, dirigido pelo economista Pedro Braz Teixeira, aponta para um crescimento de 2,1% em comparação com os três primeiros meses do ano anterior e uma variação de o,4% em relação ao derradeiro trimestre de 2016.
A previsão, assinada pelo economista Ricardo Santos, é sustentada nos dados disponíveis para o período compreendido entre janeiro e março deste ano. Apontam, conforme se pode ler no texto em causa, “para uma aceleração da atividade económica, ainda que menos acentuada do que na segunda metade de 2016“. A projeção do Fórum situa-se “ligeiramente acima do esperado pela Comissão Europeia”. Bruxelas antecipa um ritmo de crescimento de 2.0% em termos homólogos e de 0,3% em cadeia, recorda a nota de conjuntura.
O documento adianta que, “mesmo o cenário mais negativo, em que a expansão do PIB desacelera para 1,9% corresponde a uma expansão de 0,2% no primeiro trimestre”. Com este desempenho, existe “uma grande probabilidade” de que o produto interno bruto (PIB) crescerá pelo 12º trimestre consecutivo, depois de ter progredido para 2% no último trimestre de 2016, em comparação homóloga.
Sobre o comportamento verificado nos três derradeiros meses do ano passado, a nota de conjuntura assinala que o “bom resultado” ficou a dever-se “ao investimento, que deixou de cair e passou a subir, em quase todas as suas componentes“. Quanto ao consumo privado, “parece ter tido um excelente desempenho, com destaque para os bens duradouros, que aceleraram de 6,2% para 12,5%”. O Fórum assinala, porém, que, “como esta componente é 90% importada, isso explica o forte crescimento das importações, praticamente não tendo contribuído para a aceleração do PIB”.
O desagravamento registado nos custos laborais também merece uma análise. O documento sublinha a subida de 1,2% no último trimestre de 2016, uma desaceleração “face aos 2,8% do trimestre anterior”. Mas alerta para a “total disparidade entre o sector privado, com queda marginal (-0,1%) em 2016, face ao sector maioritariamente público“, onde os índices de custos do trabalho “aceleraram para 4,0%”. Conclusão: “Isto evidencia uma transferência de recursos do sector transacionável para o não transacionável“.