O puzzle criado por um escultor húngaro que atingiu o pico da sua popularidade nos anos 1980 tem ganhado cada vez mais fãs em Portugal, fascinados pela “velocidade” e “magia” por trás do cubo de Rubik.

No Exploratório de Coimbra, só se ouve o som ritmado das camadas do cubo a dançarem pelos dedos dos participantes do ExploraRubik, uma competição internacional que reuniu hoje na cidade 45 participantes de vários países.

O ExploraRubik é “a maior competição” em Portugal e tem vindo a crescer de ano para ano, nota o delegado nacional da World Cube Association, António Gomes.

Quem vê alguém a resolver o cubo de Rubik no espaço de segundos ou minutos, possivelmente não consegue perceber como é que se alinham as camadas da mesma cor em tão pouco tempo.

É esse mesmo fascínio, potenciado por vídeos no Youtube ou nas redes sociais, que tem “atraído cada vez mais pessoas”, disse à agência Lusa António Gomes, sublinhando que, a participar, há crianças com dez, 11 ou 12 anos de idade, de ambos os sexos.

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Por trás de algo que aparentemente parece mágico, há algoritmos, destreza de dedos, memorização e “capacidade de raciocínio lógico matemático”, sublinha.

O fascínio, realça, está relacionado com o facto de o cubo, “uma coisa tão simples”, ter combinações “astronómicas”.

De acordo com António Gomes, o cubo de Rubik normal “tem 43 quintiliões de combinações. São 18 zeros à frente”.

“O ’embaralhamento’ é sempre novo, quase nunca se repete, é quase sempre um desafio novo”, frisa.

À medida que a pessoa se familiariza com o objeto, acaba por aprender também uma “linguagem própria”, como o ‘sexy move’ ou ‘sledgehammer’, nomes de algoritmos de quatro movimentos muito utilizados, explana.

Margarida Coelho, de nove anos, demora “um minuto” a resolver um cubo de Rubik e realça que gosta “de aprender algoritmos novos”, naquilo que classifica de um “passatempo engraçado”.

O que motiva Luís Barradas, de 17 anos, a pegar no cubo de Rubik todos os dias “é tentar fazer cada vez mais rápido”.

Para isso, há que “aprender os algoritmos”, mas também treinar “olhar para o cubo e saber o que se tem de fazer” antes de se começar a resolver, conta o jovem que veio de Lisboa especificamente para participar no ExploraRubik.

“Acho que os meus dedos quase que precisam disto. Apanha-se o gosto de mexer nas camadas”, conta à Lusa Luís Nascimento, que de há dois anos para cá pega no cubo todos os dias, depois de chegar a casa, e faz “uns tempos” à frente do computador para “desanuviar”.

Os tutoriais no Youtube ajudaram-no a aprimorar a técnica de uma brincadeira que é sempre diferente.

“É impossível resolver todos os estados do ’embaralhamento’. Cada resolução tem o seu algoritmo, o seu próprio fascínio. Nunca se perde o interesse. Nunca é a mesma coisa”, aponta.

A competição de hoje contou com 45 participantes, oriundos de países como Portugal, China, Itália ou Reino Unido, que concorreram em seis categorias em competição: o cubo menor 2x2x2, o tradicional cubo mágico 3x3x3, o cubo de maior dimensão 4x4x4, o piraminx, em forma de pirâmide, e ainda o cubo 3x3x3 nas modalidades vendado e só com uma mão.

Nos participantes da competição há adultos e crianças, num evento cujas inscrições “esgotaram em praticamente 48 horas”, informou o Exploratório de Coimbra.