Numa altura em que os homossexuais eram escondidos pelos media, Madonna transformou os seus bailarinos em ícones gays, sendo que seis dos sete pertenciam a grupos LGBT. Cada um deles representava um estrato social diferente, uma etnia diferente… Um afroamericano, um latino, um emigrante belga… E todos eles se submeteram às regras e ordens da rainha do pop. Acabaram por se converter não só na sua comitiva, como em estrelas e heróis para as pessoas que precisavam de ser ver representadas em alguém. Tudo isto está em Strike a Pose, o documentário da Netflix que retrata a vida dos bailarinos da Madonna durante a tournée Blonde Ambition, feita em 1990.
Os anos 90 foram marcados pela propagação da SIDA, pelo desconhecimento e pelos ataques conservadores, porém Madonna mostrou-se indiferente à conjuntura mundial.
“Entrámos em pânico com a SIDA. Necessitávamos de algo novo, os anos 90 eram o momento, e só alguém como a Madonna podia fazê-lo”, diz Juan, um dos bailarinos que tem presença neste documentário, revela ao El Español.
Em In Bed With Madonna, os bailarinos eram protagonistas de cenas sexuais em conjunto com a própria cantora. Este ambiente era proporcionado pelo jogo do “Verdade ou Consequência” que deixava espaço para demonstrações provocativas e sensuais. Foi neste filme que muitos assistiram pela primeira vez ao beijo entre dois homens, já que nunca anteriormente se havia normalizado tanto a homossexualidade.
Tudo isto está retratado em Strike a Pose, que reúne todos quantos participaram nesta tournée, com exceção de Gabriel, que morreu vítima de SIDA em 1995. Este era um dos bailarinos favoritos de Madonna e um dos que protagonizou o beijo gay. Gabriel, no entanto, não queria que esta cena aparecesse no programa, já que ninguém sabia da sua orientação sexual.
Ester Gould e Reijer Zwaan fizeram da história destes bailarinos bailarinos expressivos e provocativos, um filme documental. Veja abaixo o trailer: