A exposição dedicada a Almada Negreiros, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, tem esta segunda-feira o último dia de abertura ao público, depois de um fim de semana com horários alargados até à meia-noite, devido ao grande fluxo de público. Hoje, último dia da mostra, o horário será das 10h00 às 18h00.
Aberta ao público desde 3 de fevereiro, nas galerias de exposições temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, “José de Almada Negreiros. Uma maneira de ser moderno” ultrapassou os 100 mil visitantes no fim de semana de 13 e 14 de maio, como disse, na altura, a fundação à agência Lusa.
A mostra reúne perto de quatro centenas de obras, muitas delas inéditas, e acontece cerca de um quarto de século depois da última retrospetiva dedicada ao artista do modernismo português.
A curadoria é da historiadora de arte e investigadora Mariana Pinto dos Santos, com Ana Vasconcelos, conservadora do Museu Calouste Gulbenkian, e tem sido acompanhada de um programa educativo e cultural que se alarga a outras instituições, como a Cinemateca Portuguesa, que acolheu o ciclo “Almada, da Dança das Formas à Imaginação”.
Almada Negreiros (1893-1970) deixou uma vasta obra de pintura, desenho, teatro, dança, romance, contos, conferências, ensaios, livros manuscritos ilustrados, poesia, narrativa gráfica, pintura mural e artes gráficas, cuja produção se estendeu ao longo de mais de meio século.
Organizada em oito núcleos temáticos, esta exposição põe em relevo as pesquisas matemáticas e geométricas de Almada em pintura, as obras em espaço público, na cidade de Lisboa, o caráter de narrativa gráfica que se encontra em vários dos seus trabalhos, o diálogo com o cinema e a importância do autorretrato na sua obra, entre muitos outros aspetos do seu percurso.
Na galeria principal da fundação, a pintura e o desenho do autor do romance “Nome de guerra” cruzam-se com trabalhos feitos em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores. Na sala do piso inferior do edifício principal da Gulbenkian, o núcleo destaca a presença do cinema e da narrativa gráfica, a que se juntam obras e estudos inéditos daquele que assinou “O manifesto anti-Dantas e por extenso”.