Há 1.700 anos morria Señora de Cao (Senhora de Cao, em português) aquela que se acredita ter sido governante de um vale do deserto no Peru antigo. Foi enterrada por volta dos 20 anos de idade, com o corpo meticulosamente tatuado e acompanhada de armas e objetos de ouro.

Agora, quase dois milénios depois, é possível ver uma réplica de uma das faces da civilização Moche, que foi apresentada oficialmente, na segunda-feira, por arqueologistas, conta a BBC. Ao final de dez meses, através da tecnologia de imagem 3D e arqueologia forense, baseada na estrutura do crânio da Señora de Cao e numa pesquisa etnográfica, a réplica foi criada, afirma o Ministério da Cultura do Peru.

Temos o privilégio de anunciar esta estranha combinação entre futuro e passado: a tecnologia permitiu-nos ver a face de uma líder política e religiosa do passado”, afirmou Salvador del Solar, Ministro da Cultura. Explicou que o objetivo da revelação seria aproximar o mundo a uma das melhores descobertas arqueológicas e relembrar os peruanos da sua herança cultural. “Agora podemos mostrar ao mundo o rosto dela, o rosto no qual os peruanos se revêem”, aponta.

A autópsia feita recentemente revelou que estava nos seus 20 anos quando morreu, provavelmente de parto ou complicações na gravidez. Os seus pés, pernas e rosto eram tatuados com símbolos mágicos de serpentes e aranhas e a riqueza do local de enterro sugere que pode ter sido uma sacerdotisa ou mesmo governante. A evidência cortou a crença que apenas homens mantinham posições de poder na antiga civilização Moche.

A réplica da Señora de Cao – uma colaboração entre arqueólogos, a Fundação Wiese e a empresa FARO Tecnologies Inc – vai estar em exposição no Ministério da Cultura na capital do Peru, Lima, durante o dia 16 de julho. Posteriormente, vai ser mostrada no museu em El Brujo.

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