A Kodak, empresa histórica da área da fotografia, prepara-se para se juntar à febre das criptomoedas com o lançamento da KodakCoin. O anúncio foi feito na CES, que decorre em Las Vegas até ao dia 12 de janeiro, e fez com que o valor das ações da empresa subisse quase 120%.
O objetivo desta iniciativa na área do ‘blockchain’ por parte da empresa norte-americana é ajudar fotógrafos a controlar os seus direitos de imagem. A Kodak pretende construir uma plataforma de registo global a que os autores adicionam o seu trabalho e que integra um software que procura usos não autorizados das fotos pela web. É aqui que entra a criptomoeda: a empresa assume as responsabilidades de licenciamento da foto e paga ao fotógrafo em KodakCoin.
The @KodakOne platform & Kodak branded #cryptocurrency #KodakCoin give photographers a new revenue stream and a secure platform for protecting their work. #KodakCES2018 #CES2018 https://t.co/cRP6SJR1YB pic.twitter.com/MiLgRTZx7G
— Kodak (@Kodak) January 9, 2018
O presidente executivo da Kodak, Jeff Clarke, afirmou que a empresa “sempre procurou democratizar a fotografia e tornar o licenciamento justo para os artistas”, acrescentando que as tecnologias “dão à comunidade fotográfica uma maneira inovadora e fácil de fazer isso mesmo.”
Após o anúncio, as ações da Kodak começaram a ser vendidas a um valor 130% mais elevado do que o preço de abertura e fecharam o dia num valor 119,4% mais alto.
A empresa anunciou ainda planos para a criação de aparelhos para ‘minar’ Bitcoin na sua sede, em Rochester, Nova Iorque. O projeto tem o nome de Kodak KashMiner e a sua gestão será feita pela Spotlite, empresa com quem a Kodak já fez outros acordos de licenciamento. Desde que colapsou em 2012, o antigo gigante da fotografia tem licenciado a marca a uma série de outros fabricantes.
De acordo com o líder da Spotlite, Halton Mikail, que falou com a BBC, com 4 mil dólares de investimento inicial, durante dois anos, os clientes deste serviço poderiam, com o atual valor da Bitcoin, ganhar cerca de 500 dólares de lucro por mês. Mikail referiu ainda que a empresa já atingiu a capacidade máxima de ‘miners’, contando de momento com 80 — número que vai aumentar para 300 para responder à procura.
O processo de ‘mining’ consiste na resolução de problemas matemáticos complexos através de tarefas que exigem muito de um processador. O KashMiner inclui, por isso, um poderoso processador e uma ventoinha para o manter fresco. O aparelho vai consumir tanta eletricidade quanto a que se gastaria com um secador ligado durante todo o dia. Contudo, a Kodak possui geradores na sede para produzir a própria energia, dos quais vai usufruir.