O ano de 2017 foi um ano recorde para o investimento em imobiliário em Portugal, com um aumento a rondar os 50% face a 2016, e a tendência vai continuar a ser de um crescimento de dois dígitos, prevê a consultora JLL Group. A “estimativa prudente” para o crescimento do investimento neste setor — em todos os segmentos — é de 25%, mas “à luz da atividade que está a registar-se neste primeiro mês do ano”, e com alguns negócios que deverão ser anunciados em breve, “ninguém ficará surpreendido se chegarmos ao fim do ano com um valor na ordem dos três mil milhões de euros”, ou seja, um crescimento anual de 50%, igualando o ano recorde que foi 2017.
A previsão foi avançada por Fernando Ferreira, responsável pela área de investimento da JLL, num encontro com jornalistas em Lisboa para apresentar o relatório semestral que a consultora elabora sobre as grandes tendências do mercado imobiliário, o Market 360º. O ano de 2017 foi um ano recorde em termos de volume de investimento em imobiliário, cerca de dois mil milhões de euros, que compara com o anterior melhor ano de sempre — 2015, em que houve 1,7 mil milhões de euros.
A subida forte registada em 2017 “deve-se muito à situação económica do país, em que há indicadores que permitem que os investidores olhem para Portugal com mais confiança. Além disso, houve transações de centros comerciais e portefólios, que tiveram um grande peso, e a questão da liquidez por parte dos investidores internacionais, que olham para Portugal com otimismo”, afirmou Fernando Ferreira.
Se o crescimento de 2017 face a 2016 foi de 50%, nós num cenário prudente achamos que vamos conseguir em 2018 2,5 mil milhões de euros, o que seria um crescimento de aproximadamente 25% face ao ano que passou. Mas acreditamos que tendo em conta a dinâmica que estamos a ver no primeiro mês do ano e alguns processos que vêm para o mercado que não será uma surpresa para ninguém que se possa ver o mesmo crescimento que se viu em 2017 e que se possa chegar a valores perto de 3 mil milhões de euros.”
Na perspetiva da JLL, 2017 afirmou-se como um ano de consolidação do país enquanto destino de investimento internacional, diz a consultora. Os estrangeiros foram responsáveis por 80% do investimento total, mas cada vez mais numa perspetiva de vir para Lisboa viver e não apenas como alternativa de investimento.
Em 2017 todos os setores sem exceção revelaram performances excelentes e todos superaram as expetativas. A atividade foi robusta na ocupação e no investimento, e também a promoção esteve muito dinâmica, numa altura em que a notoriedade do país é maior do que nunca, com mais turistas e prémios inéditos. Juntando-se as melhorias na economia e a revisão em alta do rating de Portugal pelas agências internacionais, alinharam-se condições perfeitas e o país e o mercado estão a saber tirar proveito”.
2018 será ano de "muito trabalho" para a JLL
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O ano de 2018 será, para a JLL, “um ano de muito trabalho”, diz o diretor-geral, Pedro Lancastre. “Além de beneficiarmos obviamente do bom momento do mercado e de um contexto económico favorável, estamos a crescer em resultado da estratégia de expansão que iniciámos há três anos e que nos tem gerado um crescimento médio anual acima de 30% desde então. Este ano pretendemos conquistar mais negócio quer nas áreas não transacionais quer nas áreas de investimento, promoção e ocupação, mantendo a prestação de serviços 360º ao mercado imobiliário”.
O diretor-geral da JLL em Portugal, Pedro Lancastre, também antecipa que 2018 será mais um ano “de grande dinamismo”. “A procura por escritórios, habitação e retalho vai continuar forte, impulsionada quer pelos estrangeiros, hoje com motivações muito mais diversificadas, quer pelos portugueses, cujo rendimento disponível aumentou”, afirmou Pedro Lancastre, acrescentando que “o investimento está muito forte já no arranque do ano e vai continuar expansivo, beneficiando quer da robustez destes setores tradicionais quer do crescente interesse pelos segmentos alternativos como as residências de estudantes e de senióres, hospitais e co-living”.
Em 2017, “a estabilidade política e económica reforçou a confiança dos investidores internacionais, tendo-se verificado uma maior diversidade de perfis e nacionalidades, permitindo uma maior variedade de transações”. A JLL revelou que trabalhou em negócios de investimento, em 2017, com pessoas de 48 nacionalidades (no ano anterior tinham sido 43). Porém, a consultora diz que “os portugueses estão cada vez mais ativos”.