Benjamin Netanyahu está prestes a ser acusado de corrupção pelo Ministério Público (MP) israelita. A notícia é avançada pelo The Times of Israel e explica que a polícia de Israel terá aconselhado o MP a acusar o primeiro-ministro de suborno.

A medida resulta de duas grandes investigações que se têm desenvolvido ao longo de vários meses. Há um mês, Netanyahu disse que “nada irá acontecer porque não há nada”.

Segundo o jornal israelita, os advogados de Netanyahu já foram avisados da iminente acusação.

Netanyahu, que sempre negou qualquer tipo de ilegalidade, informou os principais canais de televisão israelitas de que irá fazer um breve comunicado a comentar o assunto.

As acusações

De acordo com o chamado “Case 1000”, o primeiro-ministro e a mulher, Sara, terão recebido prendas de luxo como charutos e champanhe no valor de milhares de shekels. Supostamente, um dos corruptores terá sido o produtor de Hollywood Arnon Milcham (que nasceu em Israel).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Já o “Case 2000” envolve uma suposta troca de favores entre Netanyahu e o publisher do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes. Existem fortes suspeitas de que o primeiro-ministro pretendia enfraquecer o concorrente de Mozes, o Israel Hayom (que é apoiado pelo magnata norte-americano Sheldon Adelson), em troca de uma cobertura mediática mais favorável.

Milcham e Mozes também devem ser acusados formalmente.

Entretanto, o atual primeiro-ministro de Israel já se pronunciou sobre estas notícias. Através de um live no Facebook, Benjamin Netanyahu afirmou que está a ser alvo de uma campanha de “difamação” e que as 15 investigações que já o tiveram como suspeito foram lançadas com o objectivo de o tirar do poder.

“Atacaram a minha mulher e os meus filhos de forma brutal para me conseguirem afetar”, disse o político.

Netanyahu afirmou ainda que “não existem bases” para estas investigações, que as mesmas “não vão dar em nada” e que nem sequer deviam “ter lugar num estado democrático.”

O primeiro-ministro em funções disse ainda que o “seu” governo “vai concluir este mandato.”

As reações

A Zionist Union — partido de centro-esquerda israelita — já veio a público exigir a demissão de Netanyahu. Shelly Yachimovich, representante do partido, utilizou a sua conta oficial no twitter para dizer que “Um tirano corrupto que está a ser alvo de uma acusação gravíssima anuncia que não se vai embora.” Acrescentou ainda: “As suas ações são feias e corruptas, o seu comportamento é violento e egocêntrico, ele está preparado para destruir tudo desde que isso garanta a sua sobrevivência.” A esse pensamento juntou a mensagem: “Vai, vai homem corrupto. E vocês, os seus parceiros, se permitirem que ele continue neste pesadelo, também vão ficar com a mancha da corrupção sobre vocês para sempre.”

Eyal Ben-Reuven, também ele membro da Zionist Union, pediu a “demissão imediata” do atual primeiro-ministro. “Segue o teu caminho, luta pela tua inocência”, afirmou. “O Estado de Israel precisa de um líder que tenha as mãos limpas e que se dedique inteiramente aos assuntos do país.”

Yariv Levin, o ministro do Turismo isrelita, já frisou o seu apoio a Netanyahu, afirmando que a recomendação das autoridades ao MP foi um “acto desprezível” e uma “tentativa de golpe de estado” contra a vontade dos eleitores”.

Últimas novidades

O Times of Israel acaba anunciar — citando o jornal Hadashot — que a recomendação oficial da polícia sobre a acusação de corrupção só deverá ser entregue esta quarta-feira. As autoridades encontram-se numa fase de finalização do documento oficial.