Várias dezenas de pessoas contestaram esta terça-feira a tomada de posse administrativa de residências para demolição nas ilhas barreira da ria Formosa, realizada esta manhã pela Sociedade Polis, sob vigilância de um contingente policial de 40 elementos.

Os técnicos da Sociedade Polis Litoral da Ria Formosa (distrito de Faro) desembarcaram no areal do núcleo habitacional do Farol protegidos por um cordão policial e foram recebidos por gritos dos manifestantes, que diziam “aqui não são bem-vindos” ou “na minha casa não tocam”.

Situação idêntica, mas mais intensa, aconteceu no núcleo vizinho dos Hangares, ainda que sem incidentes a registar em ambos os casos.

Inicialmente estava prevista a tomada de posse de 22 habitações, 12 no Farol e 10 nos Hangares, mas os técnicos apenas realizaram esse ato em oito casas, por terem sido aceites oito providências cautelares no Farol e seis nos Hangares.

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A Polis tem a seu cargo o processo de “renaturalização” das ilhas-barreira da ria Formosa e procedeu, desde 2014, à demolição de habitações identificadas como de segunda residência e em zona de domínio público nos diversos núcleos habitacionais.

A sociedade tinha notificado os proprietários de 22 novas edificações a 13 de janeiro, tendo agendado para esta seugnda-feira a posse a administrativa das mesmas, numa operação com início marcado para as 09h00, segundo fonte da capitania de Olhão.

Das oito residências com posse administrativa realizada segunda-feira, quatro estão situadas na ilha do Farol e quatro no núcleo vizinho dos Hangares.

As mais recentes operações para demolição de casas nestes dois núcleos habitacionais da ria Formosa tinham sido realizadas em maio e em abril de 2017 e a associações de Moradores dos Hangares e a Associação da Ilha do Farol acreditavam que já não haveria necessidade de proceder a mais intervenções deste tipo.

Em maio, a Polis demoliu 14 construções ilegais no núcleo dos Hangares, das 24 edificações inicialmente identificadas em zona de risco e em domínio público marítimo, porque 10 estavam na ocasião protegidas por providências cautelares ainda sem decisão.

Em abril, a Polis tinha concluído a demolição de 23 construções ilegais no núcleo do Farol Nascente da ilha da Culatra, mas essa intervenção também incidiu apenas sobre 23 das 36 edificações, porque as restantes 13 estavam protegidas por providências cautelares, interpostas antes e durante o processo de posse administrativa.