A pintora portuguesa Paula Rego vai ser “a madrinha” da primeira bienal internacional de mulheres artistas de Macau, de 8 de março a 13 de maio, anunciou esta quarta-feira o diretor-geral do Albergue SCM, Carlos Marreiros.
“A nossa bienal é para valorização das mulheres e só a curadoria do Albergue apresenta 101 artistas, sendo 27 da China, 19 de Macau, dez de Espanha, cinco do Brasil”, afirmou, em conferência de imprensa, o arquiteto Carlos Marreiros.
O Albergue SCM co-organiza com o Museu de Arte de Macau (MAM) a bienal que tem como objetivo aumentar a visibilidade das mulheres artistas contemporâneas e mostrar a sua influência criativa na sociedade e na cultura.
Marreiros explicou que estão representadas autoras de todos os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), numa exposição internacional que junta, além de Paula Rego, outros nomes consagrados, como Vieira da Silva, Maluda e Graça Morais, e artistas emergentes, como Marta Ferreira ou Madalena Pequito.
Ana Silva, Duda Correia e Isabel Teixeira de Sousa de Angola, Fátima Pena e Graça Tirelli do Brasil, Nela Barbosa de Cabo Verde, Manuela Jardim da Guiné-Bissau, Suzy Bila de Moçambique, Maria Dulce e Tchung Nhulien de Timor-Leste e Zhang Ke de Macau, entre outras, são algumas das artistas de países e territórios em que se fala português presentes na bienal.
Paula Rego, de 83 anos, estará representada em Macau pela filha Victoria Willing, disse.
A bienal é composta por duas secções. A primeira apresenta 31 artistas e 40 peças da coleção do Museu de Arte de Macau, produzidas entre os anos de 1970 e a atualidade. Na segunda são expostas as obras de 101 artistas da coleção do Albergue SCM.
O diretor do MAM, Chan Kai Chon, destacou que nesta iniciativa conjunta os trabalhos da coleção do museu completam os conteúdos da exposição e permitem ao público “um conceito da evolução feita pelas artistas femininas”.
Marreiros sublinhou que “as artistas que vêm de fora não apresentam esculturas, vídeos ou instalações por uma questão de orçamento, que é muito curto”. O orçamento da bienal é de 1,5 milhões de patacas (cerca de 152 mil euros), concedido pela Fundação Macau.
“Macau tem todas as condições para estar no mapa mundial de todos os acontecimentos artísticos”, sublinhou Carlos Marreiros, lembrando a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, aplicável também aos domínios da educação e das artes.
“Tenhamos engenho para saber aproveitar as sinergias desta iniciativa para pôr Macau na rota das atividades culturais”, declarou.
Além dos países de língua portuguesa, China e Macau, a bienal conta com artistas da Austrália, Estados Unidos, Hong Kong, Japão, Rússia, Espanha, Georgia, Índia, Coreia do Sul, Taiwan e Irão.