O Dia Internacional da Terra, assinalado este domingo, é aproveitado por organizações ambientalistas para apontar problemas como o abandono de resíduos, nomeadamente plásticos, alterações climáticas, seca, poluição do mar, ar e rios ou perda de biodiversidade.
O alerta relaciona-se com as consequências da atual forma de viver da sociedade, com elevado consumo e produção de lixo e de emissões de gases com efeito de estufa, que estão a afetar o equilíbrio da natureza, colocando em risco a vida humana.
“Gostemos ou não, se não preservarmos o planeta Terra, não teremos, por enquanto, outro lugar onde podemos viver”, realçou a associação de defesa do ambiente Quercus.
Aderindo ao tema definido para este Dia Internacional da terra, a organização internacional WWF preparou ações para “acabar com a poluição pelos plásticos” e, durante a semana passada, o assunto foi abordado em vários países, com iniciativas como a sensibilização de supermercados para a necessidade de reduzir as embalagens.
O plástico permanece entre 50 a 200 anos na natureza e causa danos, nomeadamente nos oceanos, matando peixes e aves que confundem fragmentos de plástico com alimento.
Pela Europa, grupos de cidadãos têm-se juntado para fazer compras no mesmo supermercado e, após o pagamento, retiram os produtos das embalagens desnecessárias, que ficam nos carrinhos, demonstrando a quantidade de plástico que poderia ter sido evitada.
A Associação Natureza Portugal (ANP) – representante da WWF em Portugal – apelou para que consumidores se juntem este domingo num supermercado em Lisboa numa ação daquele tipo.
Para a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, é necessário repensar o modelo de produção e consumo e apresenta uma lista de conselhos para que cada cidadão possa diminuir a sua pegada ecológica, como reduzir o consumo de proteína animal – a forma “mais simples, rápida e eficaz” – ou repensar sobre a necessidade de comprar, as condições de produção e a durabilidade dos produtos – o que pode levar a poupar muito dinheiro e recursos ambientais.
Como a mobilidade é uma das áreas que afetam o ambiente, através das emissões de gases com efeito de estufa, os ambientalistas aconselham os consumidores a evitar viajar de avião e optar por transportes públicos e modos suaves, como bicicleta, que podem melhorar a qualidade de vida e o ambiente, e a fazer ouvir a sua voz para que “políticos e empresários percebam que é urgente tornar a produção e consumo compatíveis com os limites do planeta”.
A 22 de abril de 1970, foi criado, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson o “Dia da Terra”, depois reconhecido pelas Nações Unidas em 2009, tendo sido instituído como “Dia Internacional da Terra”.
Para celebrar o “Dia Internacional da Terra”, a Quercus promoveu a realização de uma gravura de grandes dimensões na praia do Mindelo, em Vila do Conde, Porto, iniciativa que acompanha o projeto de vários artistas de gravuras na areia, em diversas praias da Europa, contra a poluição do mar pelos plásticos.
Tendo como tela o areal daquela praia, na terça-feira, a gravura executada por J.Ben, um artista que trabalha neste tipo de arte, sensibilizou para o problema da poluição marinha provocada pelo plástico.
Acerca das mudanças do clima, a Quercus refere que estas sempre existiram mas, no último século, o “ritmo entre as variações climáticas sofreu uma forte aceleração, com tendência para atingir proporções dramáticas” se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.