O ministro da Cultura do Brasil disse esta segunda-feira que é primordial que a sociedade brasileira e os governos percebam o potencial das atividades culturais e criativas como ativos económicos e como estas já contribuem para o desenvolvimento do Brasil. “O que nós estamos propondo é parte de um projeto para o país, não é algo específico ou uma demanda corporativa. Nós estamos dizendo que a cultura e as atividades criativas constituem um dos eixos do projeto de desenvolvimento para o país”, declarou à Lusa o ministro.

Sérgio Sá Leitão falou à Lusa à margem da conferência “Horasis — The Global Visions Community”, que se realiza, em Cascais, arredores de Lisboa, até terça-feira. “Nós temos dois objetivos centrais nesta gestão do Ministério da Cultura. Por um lado, chamar a atenção dos Governos e da sociedade para o facto que as atividades culturais e criativas constituem vocações e ativos económicos do nosso país já têm um peso imenso na promoção do nosso desenvolvimento”, afirmou.

Segundo Sá Leitão, este setor já “responde por 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, por um milhão de empregos diretos, por 10,5 mil milhões de reais (2,4 mil milhões de euros) de arrecadação de impostos federais e apresenta um potencial de crescimento, portanto, um aumento da sua capacidade de contribuição para a promoção do desenvolvimento pleno e sustentável do país gigantesco”.

“Nós temos um estudo que mostra que a estimativa de crescimento para os próximos cinco anos neste campo da economia criativa é de 4,6% ao ano, o que está bem acima das estimativas mais otimistas em relação da taxa de crescimento médio da economia brasileira”, avaliou. Sá Leitão afirmou que quer chamar a atenção do poder público e da sociedade para isso, para que mudem a maneira como encaram a cultura e as atividades criativas e, inclusive, a política pública e o papel do Ministério da Cultura.

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“Precisamos encarar este setor como um ativo, como fonte de promoção de desenvolvimento que beneficie o conjunto da sociedade, não apenas dos artistas e produtores, e a política pública de cultura também como uma política de promoção do desenvolvimento económico do país”, disse. O Brasil é um país que “apresenta um grau de diversidade e potência nesta área ao qual poucos países do mundo se comparam”, acrescentou.

“Por outro lado, nós queremos contribuir para que as atividades culturais e criativas realizem e, eventualmente, maximizem o seu potencial”, avaliou. “Aí eu me refiro a contribuições objetivas na forma de investimento em formação e capacitação, no investimento em produção, investimento em distribuição e acesso. Uma série de medidas como investimento em estudos de impacto económico, levantamento que ajudem os empreendedores culturais a exportar”, acrescentou.

Segundo o governante brasileiro, há uma serie de ações que estão a ser empreendidas “com o intuito de contribuir para o desenvolvimento das atividades culturais e criativas e com isso aumentar a capacidade que estas têm em contribuir para o desenvolvimento do país”.