A Feira do Livro de Lisboa regressa ao Parque Eduardo VII já esta sexta-feira, 25 de maio, com algumas novidades e um novo recorde no número de expositores e editoras. Este ano, serão 294 os pavilhões espalhados ao longo da alameda (mais oito do que em 2017) e 626 as editoras e marcas editoriais representadas (mais 25 do que no ano passado). O recinto também voltou a crescer, para norte e oeste, com a organização a trabalhar no sentido de melhorar as condições de quem visita a Feira do Livro, como apontou o diretor do evento, Pedro Pereira da Silva. Haverá, por isso, mais zonas de sombra, mais esplanadas, mais iniciativas, uma oferta de restauração mais diversificada e também uma programação especial a pensar nos mais pequenos.

Durante a apresentação da 88ª edição da Feira do Livro de Lisboa, esta segunda-feira, Pedro Pereira da Silva chamou a atenção para o facto de, no ano passado, terem sido realizadas mais de mil iniciativas pelas editoras presentes, onde se incluíram sessões de autógrafos e apresentações com 1.120 autores. Números que Pedro Pereira da Silva e restante organização esperam que sejam ultrapassados em 2018. “A programação das editoras é muito rica”, apontou o diretor do evento, “e vai desde o yoga ao teatro”, passando pelos já típicos lançamentos. Todos os dias é diferente e pode ser consultada no site da 88ª Feira do Livro (que ainda não está em funcionamento), que reúne toda a informação indispensável. Em 2017, a página recebeu 150 mil visitas.

Feira começa um dia mais tarde. ”Hora H” começa uma hora mais cedo

Há muitos anos que a Feira do Livro começa sempre numa quinta-feira. Em 2018, porém, será diferente. Como explicou Pedro Pereira da Silva durante a apresentação da 88ª edição do evento, este ano, a Feira do Livro vai arrancar numa sexta-feira, 25 de maio, “por facilidade de calendário”, isto é, para que possa terminar a 13 de junho, feriado municipal. Outra alteração significativa é a mudança do horário de encerramento de domingo a quinta-feira. Isto significa que, ao contrário dos anos anteriores, a “Hora H” — com descontos mínimos de 50% nos livros que ultrapassem os 18 meses do preço fixo — irá decorrer uma hora mais cedo, das 21h às 22h.

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Bruno Pacheco, secretário-geral da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), explicou que esta mudança surgiu de um questionário feito aos editores, no qual, a grande maioria expressou o desejo de que a feira encerrasse mais cedo nos dias de semana. Para Bruno Pacheco, o novo horário de fecho e também da “Hora H” é “mais razoável para uma visita nocturna acompanhada de crianças” (segundo um estudo feito pela organização, 12% dos visitantes faz-se acompanhar por crianças até aos 13 anos) e também para aqueles que passam pelo evento depois de saírem do trabalho. Questionado sobre a hora de abertura de fecho, o secretário-geral da APEL garantiu que não houve queixas relativamente à mesma. Esta irá manter-se às 12h30 como nos anos anteriores.

No que diz respeito à distribuição das diferentes zonas, a grande alteração diz respeito ao auditório da APEL — que organiza anualmente a Feira do Livro em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa –, que antes estava na zona do passadiço do parque e que agora vai passar a estar localizado perto da entrada principal, junto à Praça Marquês de Pombal. Ao lado deste será montado o stand da APEL, onde haverá uma exposição de fotografias alusivas às 88 edições da Feira do Livro de Lisboa. Já o passadiço vai ser, sobretudo, uma zona de alimentação. Esta também foi alvo de algumas renovações, com a organização a tentar que, ao nível da restauração, a feira apresentasse uma maior variedade de oferta.

A Feira do Livro começou no Rossio. Veja as fotografias

Entre as novidades da Feira do Livro de Lisboa — que irá manter os espaços emplementados na edição anterior, como o fraldário e o refrescão, para “visitantes de quatro patas — contam-se o “Espaço Selfie“, um local para tirar e partilhar fotografias panorâmicas da cidade, dois pontos de carregamento para telemóveis e uma nova coleção de merchadising, que surgiu da procura dos visitantes por objetos com a marca Feira do Livro que pudessem comprar e levar para casa como recordação. Esta, disponível pela primeira vez em 2018, é composta por um caderno de apontamentos e um marcador em cortiça, canecas, chapéus de palha e um tote bag.

Associando-se à Noite da Literatura Europeia, a Feira do Livro vai juntar, a 9 de junho, os autores Damir Karakas (Croácia), Felipe Benitez Reyes (Espanha), Laetitia Colombani (França), Errico Buonanno (Itália), Olga Stehlíková (República Checa) e Radu Sergiu Ruba (Roménia), numa conversa moderada pelo autor, ilustrador e apresentador Pedro Vieira. O cinema também marcará presença nesta edição, através de uma parceria firmada com a Cinemateca Portugal. E por falar em cinema, este sábado, haverá uma sessão de apresentação do documentário Labirinto da Saudade, sobre Eduardo Lourenço. Além do ensaísta, marcarão também presença o realizador, Miguel Gonçalves Mendes, e a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río.

Fundação Francisco Manuel dos Santos volta a ter uma praça só sua (e o Governo de Sombra um programa em direto)

A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) volta a ter um espaço só seu, com uma programação própria, organizada em parceria com algumas rádios e canais de televisão. Isto significa que, além das apresentações de livros, a “Praça da Fundação” vai ter, mais uma vez, programas realizados ao vivo, como a Prova Oral, da Antena 3, o Ensaio Geral, da Rádio Renascença, ou o Govero de Sombra, da TVI 24. Na praça azul da FFMS, haverá animação todos os dias, do primeiro ao último dia da feira.

Também as Bibliotecas de Lisboa, parceiras de longa data da Feira do Livro, vão continuar a ser responsáveis pelo desenvolvimento da programação cultural dirigida ao público infantil que, mais uma vez, irá incluir a iniciativa “Acampar com Histórias”, na qual um grupo de crianças tem a possibilidade de pernoitar na Estufa Fria e realizar atividades relacionadas com o livro e a leitura. Segundo Susana Silvestre, chefe de divisão da Rede de Bibliotecas lisboetas, a atividade está praticamente esgotada. A zona de show cooking também regressa à Feira do Livro, mas com uma novidade: a “Supper Stars Battle”, que irá juntar quatro grandes chefs em batalhas gastronómicas ao vivo.

A Feira do Livro de Lisboa está maior do que nunca

Em 2017, a Feira do Livro de Lisboa recebeu 537 mil visitantes, com uma média de 29 mil pessoas por dia (e com o número a ascencer aos 70 mil nos sábados e domingos). Com as alterações introduzidas este ano, a organização espera vir a ultrapassar os números de 2017 daquele que é, nas palavras do presidente da APEl, João Amaral, “a maior festa de cultura que se faz em Portugal”.