O equipamento com que Portugal vai entrar em campo no Mundial, que começa esta quinta-feira, tem traços de toda a caminhada histórica do país: os pormenores dourados  simbolizam o título conquistado há dois anos em França, o corte homenageia os heróis do futebol português — de Luís Figo a Cristiano Ronaldo — e o equipamento alternativo fala dos heróis do futuro, de João Mário a Gelson Martins. Isto mesmo foi explicado por Pete Hoppins, diretor de design da Nike Football, e pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em março, quando os equipamentos foram apresentados. A seleção portuguesa é uma das dez vestidas pela Nike: a supremacia, no entanto, é da Adidas, que assina doze dos equipamentos que vão ser usados neste Mundial.

Apesar de toda a simbologia do equipamento, a imprensa internacional torceu o nariz à proposta da Nike para a seleção de Portugal. Num ranking onde se avalia cada um dos 64 equipamentos do Mundial 2018 (32 principais e outros tantos alternativos), o Telegraph põe o secundário português mais ou menos a meio da tabela (34º lugar) e escreve: “Boa tentativa, Portugal, com a constelação de estrelas na parte frente, mas ainda assim é todo branco e, portanto, não é elegível para os valores superiores. Pode-se imaginar que Ronaldo vai ficar resplandecente, enquanto avisa com entusiasmo que quer a bola com ele a um dos homens inferiores com quem é obrigado a lidar a cada dois anos. Aposto que um dos seus companheiros de equipa tentará trocar as camisolas com ele”.

Os comentários cáusticos do Telegraph ao equipamento da seleção portuguesa não ficaram por aí. Sobre o equipamento principal, que o jornal britânico colocou Portugal em 27º lugar, a descrição diz: “Nada a apontar, nada entusiasmante”. Depois acrescenta: “Portugal tem vindo gradualmente a perder o clarete desde o parvo do Cristiano em 2006. E termina com um apelo: “Abraça o mal, Portugal. Derruba-nos com todo o vosso ódio”.

Apesar do desagrado destilado pelo Telegraph, a GQ Magazine britânica é mais simpática nas críticas aos equipamentos de Portugal — apesar de também não resistir a mandar uma farpa a CR7. Apesar do sétimo lugar na lista e da mensagem pensada pela Nike para a seleção portuguesa até parece ser compreendida, há a crítica venosa à eterna tentação de Cristiano mostrar os seus abdominais definidos: “Há uma aura de realeza em torno da camisa da seleção nacional de Portugal. Talvez seja graças ao emblema sumptuoso que possui. Ou o colarinho verde de aparência muito inteligente, que ajuda a acentuar o vermelho exuberante dominante. Seja qual for o caso, não sabemos por que Ronaldo está sempre tão ansioso para tirar esta camisola maravilhosa”.

Goste-se ou não, Portugal está com mais sorte do que outras seleções. E não falamos apenas em termos estéticos, mas também práticos: o Irão — que Portugal vai enfrentar no segundo jogo da fase de grupos — ainda não recebeu as chuteiras criadas pela Nike por causa de embargos económicos decretados por Donald Trump ao país. Foi a própria marca desportiva que o explicou em comunicado: “As sanções significam que nós, enquanto companhia norte-americana, não podemos fornecer calçado aos jogadores da seleção nacional do Irão”, que é treinada pelo português Carlos Queiroz.

A camisola do Irão, essa, está garantida: todos os equipamentos oficiais das 32 seleções no Mundial 2018 na Rússia já foram revelados. Conheça todos, até mesmo os secundários na fotogaleria. E faça o seu próprio ranking.

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