Nasceu em 1560, em Nyírbátor, no norte da atual Hungria e ficou conhecida por ter sido das mulheres mais sádicas de sempre. “A Condessa Drácula”, um “monstro”, estas são apenas algumas das alcunhas de Erzsébet Báthory, a húngara que bebeu o sangue de centenas de jovens para manter a juventude.

Erzsébet fazia parte de uma família nobre e poderosa na região, como explicava a revista Super Interessante em 2012. Fechada durante a infância no castelo de Ecsed, acredita-se que os casos de consanguinidade na família fizeram com que tenha crescido num ambiente pouco adequado, que a levaram a ter vários distúrbios.

Com 15 anos casou obrigada com um primo, o princípe Ferenc Nadasdy, 11 anos mais velho. Ferenc era conhecido como “o Cavaleiro Negro”, devido por ser implacável e violento na batalhas. Mesmo ocupando-se das artes bélicas, o que o levava a passar longos períodos fora, trocava cartas com a condessa. O conteúdo de algumas missivas mostrava a natureza do casal: falavam sobre qual era a melhor forma de castigar os criados. Agressões e até agulhas debaixo das unhas eram parte do quotidiano no castelo onde vivia Erzsébet.

A lenda, conta o jornal espanhol ABC, é que Erzsébet estava obcecada com ser jovem. Para combater o inevitável envelhecimento, há quem relate que tenha matado até 650 jovens de terras próximas de onde vivia. Tinha cerca de 40 anos (na época, a esperança de vida era bem menor). O prazer sádico cativava também a condessa e, a dor, apenas melhorav os atos macabros que fazia para conseguir o que queria.

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Dedos cortados, punhais cravados no corpo, tudo para conseguir uma coisa: sangue. Quanto mais as vítimas resistissem, mais Erzsébet gostava. No fim, banhava-se e bebia o líquido que tanto queria para não envelhecer.

O truque para não ser apanhada, porque o marido não se importava com os atos, era escolher as vítimas cautelosamente. Numa época em que noções como igualdade e respeito pela vida humana ainda tinham um caminho a percorrer, a Condessa escolhia jovens camponesas e criadas para poder passar impune.

O número de vítimas continuava a crescer, mas Erzsébet era impune devido ao sistema feudal que ainda imperava na Húngria. Sem um rei com mão firme para controlar o território (Rodolfo II, Arquiduque da Áustria, Imperador Romano-Germânico e Rei da Hungria), a nobreza agia como queria.

Foi apenas quando Matías da Áustria, irmão de Rodolfo, conseguiu maior controlo da região, em 1610, que a Justiça começou a ver luz. As queixas contra a condessa em 1610, que tinha ficado viúva em 1604, fizeram com que o braço direito do soberano húngaro, o conde Jorge Thurzó, fosse a Ecsed para, finalmente, prender Erzsébet.

Foi julgada e considerada louca. Pena? Prisão perpétua. Os cúmplices foram para a fogueira. A condessa negou até ao fim da vida os atos por que foi julgada. A defesa dizia que o rei queria a Condessa presa para ficar com as suas terras. Como provas ficaram dezenas de cadáveres e a sala de tortura no castelo. Contudo, o facto de Erzsébet ser protestante num país católico — e ter ficado viúva e rica num período em que Matías II queria mais poder –, levantam dúvidas.

No fim, ficou a história chegou aos nossos dias. As ruínas do castelo de Ecsed guardam a história de “mais um” vampiro.