A plataforma das 10 organizações sindicais de professores que promovem a greve às avaliações entregou esta segunda-feira uma carta aberta manifestando “total disponibilidade” para a reabertura de negociações com a tutela para a recuperação do tempo de serviço.

“Nós entregámos a carta porque o ministro tem repetido que está disponível para negociar. Nós também estamos”, resumiu Mário Nogueira, porta-voz da plataforma das 10 estruturas sindicais, após ter entregado a carta a uma assessora de Tiago Brandão Rodrigues.

Mário Nogueira sublinhou que o ministro “tem mandado recados pela comunicação social e diz na Assembleia da República que quer negociar, mas depois esquece-se que tem de enviar uma convocatória, que é um ato indispensável para o arranque das negociações”.

Os professores querem voltar à mesa de negociações para debater a questão da contagem do tempo de serviço para efeitos da progressão na carreira, exigindo a contabilização dos nove anos, quatro meses e dois dias em que tiveram a carreira congelada. Do lado do Governo a proposta não chega aos três anos de recuperação de tempo de serviço.

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Além desta questão, os sindicatos querem também negociar regras específicas de aposentação dos docentes, assim como medidas que permitam rejuvenescer a profissão e conferir estabilidade aos precários. A regularização dos horários de trabalho e a garantia de “concursos justos e transparentes” são outras das matérias que a plataforma pretende discutir com a tutela.

Depois de três semanas em greve às avaliações, com uma adesão que tem ultrapassado os 90%, os professores iniciam mais uma semana de greve agora marcada pela definição de serviços mínimos para as reuniões dos 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade.

O colégio arbitral decidiu decretar serviços mínimos para aqueles três anos de escolaridade, tal como pedido pelo Ministério da Educação, que justificou a sua necessidade com o facto de estes alunos realizarem este ano provas ou exames nacionais e, para tal, precisarem das notas internas. A greve começou a 4 de junho, com a convocação feita pelo recém-criado Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.).

A 18 de junho começou a segunda fase do protesto com a greve convocada pela plataforma das outras dez estruturas sindicais – incluindo a Fenprof e a FNE – que está marcada até dia 13 de julho.

Entretanto, o S.T.O.P. entregou um pré-aviso para alargar a greve até 31 de julho.