Pedro Madeira Rodrigues apresentou-se esta quinta-feira de manhã como candidato à presidência do Sporting, naquela que é a terceira lista confirmada ao sufrágio de 8 de setembro depois de Frederico Varandas e Fernando Tavares Pereira. E começou logo com um ás de trunfo nas primeiras palavras: o italiano Claudio Ranieri será o seu treinador em caso de vitória nas eleições.
“Comigo e com os sportinguistas, o grande Sporting será cada vez mais uma referência mundial em valores, na visão e nas vitórias, três ‘V’ que teremos de decorar. Contratarei um grande treinador que vai reter os melhores jogadores”, salientou o candidato derrotado no sufrágio eleitoral de 2017 frente ao antigo líder destituído, Bruno de Carvalho.
“Parto com uma larga vantagem: a última candidatura teve um contexto especial, não tinha os conhecimentos e a notoriedade que tenho hoje em dia. Na altura já me sentia preparado, agora estou muito mais preparado. Conheço muito melhor o Sporting e as pessoas também estão mais recetivas para me ouvir. Ranieri? Foram negociações que partiram antes, era um sonho antigo que tinha para o nosso clube. Vai respeitar muito José Peseiro, não vai dar entrevistas, vai estar a acompanhar tudo. Tivemos conversas fascinantes e vocês, comunicação social, também vão gostar muito de conhecê-lo: percebe muito de futebol e tem uma experiência fantástica que vai trazer não só para o Sporting mas também para o futebol português”, continuou.
“Claudio Ranieri já abraçou projetos em alturas muito complicadas, recordo-me de quando foi para a Juventus, quando esteve no Leicester, no Mónaco. Está habituado a grandes desafios e, por isso, aquilo que pode impressionar alguns treinadores para ele é um hábito. Está focado e preparado para abraçar este projeto e disse uma coisa muito importante quando lhe perguntei ‘Claudio, e agora na sua carreira o que é que quer?’ e ele responde ‘Oh Pedro, eu quero ganhar. O Sporting é um clube com o qual me identifico completamente, identifico-me também com o teu projeto para o Sporting, entraste no meu coração e é por isso que vou esperar por ti até ao dia 8 de setembro”, concluiu a propósito do técnico transalpino, sublinhando que, por exemplo, uma das coisas que quis inverter em relação a 2017 foi apresentar primeiro as ideias que tem para o futuro do futebol leonino.
“Com o tempo todos terão a possibilidade de conhecerem o nosso organograma para o futebol e é isso que os sportinguistas esperam. Já chega de tantos anos sem sermos campeões. A perspetiva é esta e estou muito mais preparado. Conhecia bem o Sporting mas aprendi muito e conheço melhor, estou perfeitamente preparado para abraçar este projeto. Conheço a parte financeira, a parte dos recursos humanos, as dificuldades que vamos ter de enfrentar. Eu adivinhei isto, tive esta visão e isto também é ser um líder, infelizmente tive razão e por isso mais facilmente atacarei as dificuldades”, rematou, avançando ainda que os possíveis investidores ou parceiros que trará deverão vir do Oriente, tal como em 2017.
Aos 66 anos, Ranieiri, um antigo defesa que passou por Roma, Catania ou Palermo, começou por treinar os modestos Vigor Lamezia e Puteolana antes de chegar ao Cagliari, no primeiro trabalho que lhe deu alguma visibilidade em Itália. Passou depois por Nápoles e Fiorentina antes de sair pela primeira vez do país, treinando Valencia, Atl. Madrid e Chelsea, saindo com a contratação do campeão europeu José Mourinho. Voltou ao Campeonato transalpino, esteve no Parma, na Juventus, na Roma e no Inter, antes de voltar ao estrangeiro: assinou pelo Mónaco, teve uma curta passagem pela seleção da Grécia, rumou ao Leicester e esteve na última temporada no Nantes. Foi em Inglaterra que teve o grande momento de glória, ao ganhar a Premier League em 2016. Antes, somou ainda uma Taça e uma Supertaça de Itália com a Fiorentina, além de uma Taça de Espanha e uma Supertaça Europeia no Valencia. Em França, subiu os monegascos à Ligue 1 em 2013.