Fernando Medina esclareceu, em entrevista à RTP3 durante a noite desta quarta-feira, a situação do estacionamento de Madonna. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que a situação da cedência de estacionamento a Madonna não é uma situação “excecional nem única” e garantiu que a cantora não recebeu nenhum tratamento especial.
Se há um terreno livre temporariamente fazemos uma cedência. Não há nenhuma situação de exceção”, afirmou o autarca que recusa as críticas de que a câmara se preocupa mais com os famosos que se mudam para Lisboa do que com os seus cidadãos.
Medina assegurou que os regulamentos da câmara foram aplicados devidamente e convidou os deputados municipais a atualizarem a tabela de preços se considerarem que os valores são baixos. Quando questionado sobre a possibilidade de “qualquer cidadão” pedir um acordo de estacionamento semelhante, Medina afirmou que, caso haja um terreno disponível, a câmara fará a cedência.
O autarca considerou que a situação está “surpreendentemente” a causar “ruído na opinião pública” e que o tema só é notícia porque “se trata de quem trata”. Apesar de não confirmar que o acordo com Madonna envolve 15 veículos, Medina esclareceu que a situação é temporária uma vez que a área em causa pertence ao Palácio de Pombal, local que está a ser negociado para se tornar a nova embaixada da Timor-Leste.
O negócio, o que diz a lei e o que falta saber sobre os lugares de estacionamento de Madonna
Estacionamento cresceu “mais 50%”
Fernando Medina considerou que um dos grandes problemas de Lisboa é a falta de estacionamento. Assim, desde que assumiu a liderança da câmara em 2015, adotou uma estratégia de criação de áreas de estacionamento.
Segundo o autarca, já foram criados 22 parques de estacionamento, num total de três mil lugares. A autarquia terá ainda criado 2 500 lugares para residentes, o que representa um aumentado de “mais 50%” relativamente aos três anos anteriores.
Transportes públicos são “área essencial de aposta”
Na mesma entrevista, Fernando Medina considerou que a questão do estacionamento resulta “fundamentalmente” dos “maus transportes de acesso à cidade”. Este problema afeta principalmente os residentes da cidade. “Os residentes na cidade de Lisboa são duplamente penalizados, pela dificuldade de estacionamento e pela dificuldade de circulação dentro da cidade”, afirmou.
Para combater este problema, o autarca anunciou que o município vai investir na expansão da rede de transportes públicos da capital. Segundo Medina, a Câmara Municipal de Lisboa está em negociações com Oeiras para alargar a linha do elétrico 15 até à Cruz Quebrada, onde já existiu. O objetivo é expandir posteriormente a rede aos municípios suburbanos da Amadora e Loures, medidas ainda em estudo.
O alargamento vai ser acompanhado pela aquisição de 15 novos elétricos de modelos modernos que vão complementar os 15 atualmente em circulação. Durante a entrevista, Medina divulgou ainda que a frota da Carris vai ser reforçado com mais 200 autocarros a partir de setembro. Segundo a RTP, a câmara de Lisboa vai investir um total de 150 milhões de euros na rede de transportes públicos até 2021. No total, serão adquiridos 430 autocarros e 30 elétricos.