O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou este domingo que foram disponibilizados 28,5 milhões de euros para intervenções de mobilidade urbana e realojamentos, na sequência da queda do viaduto Morandi, em Génova, que causou 43 mortes.
Conte lembrou, através de uma publicação na rede social Facebook, que, além dos cinco milhões de euros que já tinham sido alocados, o Conselho de Ministros, realizado no sábado à noite, aprovou a disponibilização de 28,5 milhões de euros para “mobilidade alternativa [ao viaduto], para o fortalecimento do sistema de transportes e para realojar as famílias que tiveram de abandonar as suas casas”.
Na segunda-feira, o presidente da região de Ligúria, Giovanni Toti, e o presidente da câmara de Génova, Marco Bucci, vão entregar as primeiras casas aos desalojados.
Os responsáveis da Autostrade per l’Italia, entidade gestora da ponte que caiu em Génova, anunciaram, no sábado, que já estão disponíveis 500 milhões de euros para ajudar as famílias e a cidade e reconstruir a infraestrutura. “São fundos que estarão disponíveis a partir de segunda-feira”, declarou em conferência de imprensa o administrador-delegado da sociedade que foi apontada como culpada da queda da ponte pelo Governo, Giovanni Castellucci.
A soma de 500 milhões de euros abrange um fundo de “milhões de euros” para os familiares das vítimas mortais e “dezenas de milhões de euros” geridos pela autarquia da cidade portuária para realojar os habitantes de casas que estavam por baixo da ponte Morandi, que caiu na terça-feira, e ficaram afetadas pelos escombros. “Temos um projeto que permite, em oito meses, entre demolição e reconstrução, ter uma nova ponte”, garantiu, à data, o responsável, especificando que aquele prazo se inicia a partir da autorização da proposta pelas autoridades.
A empresa também vai obter “em tempo recorde” uma alternativa para os veículos pesados, perto do porto marítimo e, para facilitar a mobilidade na cidade, as autoestradas na zona de Génova deixam de ser pagas a partir de segunda-feira. Giovanni Castellucci e Fabio Cerchiai, presidente da empresa que gere cerca de metade dos seis mil quilómetros de autoestrada do país, escusaram-se a falar acerca dos seus relatórios para o Governo, que iniciou na sexta-feira um procedimento para revogar a concessão do troço da ponte.
“Era uma ponte muito particular, mas considerada segura por todos aqueles que a examinaram. Alguma coisa se passou e cabe à justiça dizer o quê”, explicou Giovanni Castellucci. Não avançou possíveis causas para a queda da ponte Morandi, explicando que a empresa não teve acesso ao local e que a forte chuva que caia no momento do acidente escondeu as imagens da câmara de vigilância.
O Governo de Itália já admitiu que será “inevitável” que o número de mortos aumente à medida que os trabalhos de resgate prosseguem no terreno. O executivo italiano exigiu a demissão da direção da empresa Autostrade per l’Italia, filial da Atlantia e responsável pela gestão da ponte Morandi, bem como atribuiu parte da responsabilidade da tragédia às restrições orçamentais impostas pela União Europeia (UE).